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Tiago Queiroz/Jeduca
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"A escola tem função social": mesa do #Jeduca2025 debate papel do diretor e da educação

Debatedores defenderam diversidade nos parâmetros para avaliar a gestão escolar, responsabilidade compartilhada e a escola como espaço de formação integral dos estudantes

15/09/2025
Redação Jeduca

Na escola como espaço de formação integral e democrática para a cidadania e a convivência, cuja atuação vai além do ensino do conteúdo curricular, o diretor é a figura que trabalha para garantir a oferta dessas várias aprendizagens e vivências. Para isso, é importante que os processos de avaliação da escola, da gestão e a formação das lideranças escolares estejam alinhadas com a com a função social da escola.

 

Este foi um dos pontos de concordância entre os palestrantes da mesa “O papel dos diretores”, realizada na tarde do primeiro dia do 9º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, em 25 de agosto. 

 

 

 

Da esquerda para a direita estão Francy Queiroz (Seduc/CE), Tatiana Klix (Jeduca e Porvir), 
Cláudio Marques da Silva Neto (SME/SP) e Ângelo Ricardo de Souza (UFPR)

Créditos Tiago: Queiroz/Jeduca

 

 

A conversa foi mediada por Tatiana Klix, diretora da Jeduca e do Porvir, e contou com Ângelo Ricardo de Souza, professor e pesquisador do NuPE (Núcleo de Políticas Educacionais e do Programa de Pós-Graduação em Educação) da UFPR (Universidade Federal do Paraná), e os diretores escolares Cláudio Marques da Silva Neto, da rede municipal de São Paulo, e Francy Queiroz, da Secretaria da Educação do Estado do Ceará.

 

Souza, ex-diretor da educação básica, iniciou o debate destacando que a escola tem função social. Dessa forma, a tarefa do diretor é coordenar o esforço técnico, político e pedagógico a fim de garantir um ambiente capaz de ofertar uma aprendizagem mais ampla, explica. 

 

“Penalizar ou premiar diretores com base exclusivamente no desempenho dos estudantes em provas padronizadas é um reducionismo da tarefa da escola”, disse Ângelo, ao enfatizar a complexidade do papel da escola e o seu propósito em formar os estudantes para a democracia, o diálogo, a cidadania e a convivência.

 

 
 

Ao citar a realidade da própria escola, a EMEF Escola Espaço de Bitita, localizada no centro da cidade de São Paulo e onde 40% dos estudantes são imigrantes, o diretor Cláudio Marques comentou sobre os desafios que decorrem da necessidade de lidar com as metas estabelecidas no âmbito das políticas educacionais e a necessidade de construir uma escola democrática. 


Em maio deste ano, Marques e outros 25 diretores foram afastados pela prefeitura de São Paulo, que justificou o baixo desempenho das unidades no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e no Idep (Índice de Desenvolvimento da Educação Paulistana) para  intervir nas escolas. 

 

“É preciso fazer uma distinção entre variáveis extra e intraescolares para saber o que é responsabilidade da escola e o que é responsabilidade do poder público”, disse Cláudio.

 

 
 

O diretor falou sobre a tomada de decisões político-pedagógicas baseadas apenas no resultado do Ideb 2023, sem levar em conta a série histórica da escola e outros parâmetros de avaliação. Segundo ele, muitas escolas tiveram seus resultados afetados por conta da pandemia de covid-19. Além disso, a queda também foi afetada pela condição socioeconômica dos territórios e das famílias.


“Quando se coloca a leitura de um indicador descontextualizado, ignorando o contexto e as características daquele grupo, as decisões normalmente são mal tomadas”, disse Ângelo. Em sua fala, ele reconheceu a importância de olhar e compreender as evidências trazidas pelos indicadores, mas também destacou que eles não são uma expressão da qualidade do ensino. 


Na visão de Queiroz, que atua como diretora da EEMTI (Escola de Ensino Médio em Tempo Integral) Maria Thomásia, em Fortaleza, no Ceará, a ideia de responsabilizar somente o diretor escolar advém da antiga cultura de indicação política para o cargo. “Ele era indicado para fazer a escola funcionar, disciplinar e verificar se o trabalho dos professores estava a contento, era aquela figura temida”, disse.

 

Ela afirmou: “A educação não pode se reduzir à métrica. Todas as escolas abrigam seus contextos, a sociedade diversa e multifacetada está representada dentro nas escolas”. Para Francy, esse cenário torna a figura do diretor escolar mais complexa. “A aprendizagem é inegociável, mas estar e sair da escola é uma coisa muito maior”, completou.

 

 
 
 

 

Responsabilidade e formação do gestor escolar

 

“A escola é um ambiente que só funciona no coletivo. Responsabilizar as pessoas é possível e necessário, mas é preciso responsabilizar a todos pelo esforço coletivo”, afirmou Souza, ao explicar que o produto do trabalho escolar não é resultado somente da atuação do diretor e que a responsabilidade deve ser compartilhada. 

 

Na visão de Marques, ao diretor escolar cabe: “Entender de educação tanto quanto ter conhecimento técnico-pedagógico da escola, entender sobre avaliação e currículo, como as famílias deveriam receber educação pública de qualidade e como as crianças e adolescentes aprendem. Temos que entender de política pública e questionar”.

 

 

O 9º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca conta com o patrocínio de Imaginable Futures, Instituto Unibanco, Fundação Bradesco, Fundação Lemann, Fundação Itaú, Arco Educação, Fundação Telefônica Vivo, Grupo Eureka, Instituto Ayrton Senna, Instituto Natura e Santillana Educação e apoio da Fecap, Instituto Sidarta, do Colégio Rio Branco e da Loures. Conta também com apoio institucional da Abej, Abraji, Ajor, Canal Futura, Coalizão em Defesa do Jornalismo e Instituto Palavra Aberta.

 

 

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