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Abandono e evasão escolar na pandemia são temas de webinário

Evento online debate os efeitos e alternativas para superar um dos principais desafios da educação brasileira no contexto da pandemia

30/03/2021
Redação Jeduca

(Atualizado em 1/4/2021)

 

O ano de 2021 começou com a perspectiva de um retorno parcial e progressivo das aulas presenciais. No entanto, a disseminação da Covid-19 se intensificou e, em todo o país, a grande maioria das escolas permanecem fechadas.  Diante disso, como manter o vínculo dos estudantes com as escolas e o estudo, evitando o abandono e a evasão escolar?

 

Este é o pano de fundo do webinário que a Jeduca realiza na próxima quinta-feira (1/4), às 11h, com transmissão pelos canais da associação no YouTube e no Facebook.

 

O evento conta com participação de Dalila Saldanha de Freitas, secretária municipal de Educação de Fortaleza, Ítalo Dutra, oficial de Educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Ricardo Vitelli, professor e pesquisador da Unisinos (Universidade do Vale do Rio Sinos) e membro da Associação Brasileira de Prevenção da Evasão Escolar. A mediação será feita pela jornalista Marta Avancini, editora pública e de conteúdo da Jeduca.

 

O abandono escolar é um dos principais efeitos das desigualdades evidenciadas pela pandemia: por causa da dificuldade de acesso às aulas remotas, muitos estudantes perderam ou estão perdendo o vínculo com a escola, o que é um dos fatores que pode impulsionar o abandono dos estudos e a evasão.

 

No webinário serão discutidos os desafios envolvidos no enfrentamento do abandono e da evasão no atual cenário, suas possíveis consequências, bem como alternativas para sustentar o vínculo dos estudantes com o ensino durante a pandemia.

 

Um ponto de atenção para quem está na cobertura é a diferença entre os dois conceitos: o abandono caracteriza-se quando o estudante interrompe os estudos por um tempo, mas retorna à escola após um tempo. A evasão ocorre quando o aluno abandona a escola durante o ano letivo ou reprova e não faz matrícula no ano seguinte.

 

Efeito das desigualdades

O estudo “Enfrentamento da cultura do fracasso escolar” divulgado pelo Unicef em janeiro estima que cerca de 4,1 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos estavam com dificuldade de acesso ao ensino remoto e que aproximadamente 1,3 milhão havia abandonado a escola em 2020. Os dados são da Pnad Covid-19 de outubro do ano passado.

 

Outra pesquisa, realizada pelo DataFolha, também divulgada em janeiro, aponta que cerca de 4 milhões de estudantes brasileiros de 6 a 34 anos abandonaram os estudos em 2020, o que representa uma taxa de 8,4% de evasão escolar.

 

Na educação básica, de acordo com o DataFolha, 10,8% dos estudantes do ensino médio informaram ter largado os estudos. No ensino fundamental, a taxa foi de 4,6%.

 

Essas taxas são maiores do que as oficiais registradas em 2019: 4,8% no médio e 1,2% no ensino fundamental. As taxas oficiais de 2020 serão conhecidas a partir das análises dos microdados do Censo da Educação Básica 2020, divulgados no início de março, já que o cálculo é feito com base no acompanhamento da trajetória dos estudantes e avalia a transição do aluno entre dois anos consecutivos.

 

Um ponto importante no debate é que o abandono e a evasão são desafios históricos para a educação básica brasileira, afetando principalmente os adolescentes e jovens na transição do ensino fundamental para o médio.

 

O viés regional e racial

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que em 2019, dos quase 50 milhões de jovens de 14 a 29 anos do País, cerca de 20,2% não completaram alguma das etapas da educação básica.  Ou seja, são 10,1 milhões nessa situação, entre os quais 58,3% homens e 41,7% mulheres. Destes, 71,7% eram pretos ou pardos e 27,3% eram brancos – o que sinaliza para o recorte racial do fenômeno.

 

O estudo do Unicef, citado anteriormente, mostra que a reprovação – um dos gatilhos do abandono – afeta mais os pretos e indígenas: eles correspondem a 49,8% o total de estudantes reprovados em 2019. Os estudantes com deficiência também fazem parte deste grupo: a axa de abandono entre estudantes com deficiência em 2017 foi de 2,7% e dos estudantes sem deficiência, 2,2%.

 

Busca ativa

No contexto da pandemia, uma das principais ações para manter o vínculo com a escola e identificar estudantes que se desligaram é a Busca Ativa Escolar. Essa estratégia já existia, mas tem se fortalecido no atual momento.

 

Assista ao webinário na íntegra:

 

 

 

 

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