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Miréia Figueiredo/Oboré Projetos Especiais
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Aliada ou vilã? Especialistas debatem o papel da tecnologia na sala de aula

Olhar crítico do professor, metodologia adequada e reconhecimento de iniciativas das escolas são caminhos para qualificar o uso dessas ferramentas

22/09/2023
Artur Ferreira/Oboré Projetos Especiais*

(Com edição de Anelize Moreira/Oboré Projetos Especiais*)

 

Uma das principais questões do mundo contemporâneo, o uso de novas tecnologias em sala de aula, foi tema da mesa “Dilemas da tecnologia na escola” no segundo dia do 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca. A sessão reuniu três especialistas no tema e foi mediada pela repórter de educação e apresentadora do G1, Luiza Tenente. 

O pesquisador Cláudio Miceli de Farias, professor de Engenharia de Sistemas e Computação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), explica que não se deve “vilanizar” as novas tecnologias. “Como toda tecnologia o ChatGPT é uma ferramenta e não deve ser mistificada como um oráculo”, explica o professor. 


Segundo Miceli, uma inteligência artificial  - IA - como o ChatGPT é baseada em sistemas probabilísticos, ou seja, existe a probabilidade de ela acertar ou não nas informações fornecidas. “O ChatGPT erra e muito, e o docente deve ser um curador do conteúdo [para os alunos]”, conclui. 


Para Lúcia Dellagnelo, consultora de projetos de aprendizagem digital da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), “nenhuma tecnologia é ruim ou boa, a questão é a intencionalidade de quem a usa”. E completa dizendo que “a tecnologia não deve ser um fim em si mesma”.


Os especialistas entendem que não se deve supervalorizar a tecnologia, e sim debater sobre ela. “A política deve ser de educação digital e não de conectividade. A conectividade é um insumo”, afirma Lúcia.


E é tarefa do governo federal pensar políticas públicas para uma educação digital que seja abrangente para todas as minorias sociais possíveis, pontua Juliane Cintra, coordenadora da Ação Educativa, a terceira participantes da mesa. 


Ela também chamou a atenção para a importância da identificação e reconhecimento de iniciativas envolvendo a tecnologia que já existem nas escolas. “É preciso partir das diferentes realidades, elaborações e necessidades relacionadas à tecnologia para compreender as desigualdades e construir processos de pertencimento”. Para ela, as iniciativas desenvolvidas nas escolas deveriam ser consideradas na formulação de políticas públicas.


Desigualdade tecnológica diminui, mas não o suficiente

O relatório da Unesco “A tecnologia na educação: uma ferramenta a serviço de quem?”, de 2023, mensura a  desigualdade tecnológica no mundo. Segundo o documento, 40% das escolas primárias (equivalente ao ensino fundamental 1) e 50% das escolas do primeiro nível da educação secundária (ensino fundamental 2) no mundo estão conectadas à internet. E no caso das escolas do segundo nível do secundário (ensino médio), somente 65% das instituições possuem conectividade. Ou seja, grande parcela dos estudantes em todo o mundo segue sem acesso algum à internet.


Segundo Lúcia, existem pesquisas que indicam que a desigualdade tecnológica no Brasil está diminuindo: mais escolas e estudantes possuem computadores e celulares, dessa maneira conteúdos educacionais disponibilizados via internet tendem a ser mais acessados.


Porém, esses avanços devem ser problematizados. Miceli exemplifica essa necessidade através das aulas remotas durante a pandemia de covid-19. “Ninguém durante a pandemia teve um ensino a distância, isso é uma falácia, o que houve foi um ensino digital emergencial, sem nenhuma metodologia definida”, afirma o professor.


Para Miceli, esse debate é essencial, pois o aluno vai utilizar as ferramentas tecnológicas disponíveis, como mostraram relatos de estudantes num vídeo apresentado durante a mesa. Por isso, segue o professor, a sugestão é que os educadores expliquem aos seus estudantes que “nas matérias criativas, o ser humano ainda é muito importante”.


Lúcia concorda com essa visão e exemplifica isso através da metodologia de ensino aplicada na Finlândia. De acordo com ela, os educadores do país nórdico acreditam que, em certas disciplinas, o ideal é priorizar a experiência humana e métodos analógicos de ensino.


Veja o vídeo sobre as experiências de quatro jovens que usam o ChatGPT nos estudos:


 

Confira abaixo a íntegra do debate:



O 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca conta com o patrocínio master de Fundação Itaú, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e YouTube, patrocínio ouro de Fundação Lemann, Fundação Telefônica Vivo, Instituto Sonho Grande e Instituto Unibanco, patrocínio prata de Instituto Península e Santillana Educação, apoio do Instituto Ibirapitanga, Fecap, Canal Futura, Colégio Rio BrancoConsulados dos EUA no Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e Loures Consultoria e apoio institucional da Abraji, Ajor, Unesco MIL Alliance, Énois, Jornalistas&Cia, Instituto Palavra Aberta e Núcleo Jornalismo.


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A cobertura oficial do 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação foi realizada por estudantes, recém-formados e jornalistas integrantes da Redação Laboratorial do Repórter do Futuro, da OBORÉ. A equipe opera sob coordenação do Conselho de Orientação Profissional e do núcleo coordenador do Projeto, com o apoio da editoria pública e da equipe de comunicação da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação).

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