O recém empossado ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, é o quinto ministro que assume o MEC (Ministério da Educação) desde as últimas eleições presidenciais. As trocas no posto impõem sempre um novo ritmo à Assessoria de Imprensa da pasta, fundamental para o trabalho dos jornalistas que cobrem o setor.
A assessora de imprensa do MEC Maria Filha conta sobre essas dificuldades nesta edição do Fala, Jornalista (o podcast da Jeduca). "Quando é ruptura, muda tudo, para conhecer, saber quem é quem, é aquela confusão", diz. Um dos ministros recentes, Cid Gomes, permaneceu no cargo por menos de três meses. Dessa vez, como Rossieli já integrava o quadro do ministério sob o comando do ex-ministro Mendonça Filho, a expectativa é que não haja mudanças muito significativas na comunicação.
Concursada, Maria está no órgão há 11 anos e já passou por oito ministros. Ela conta que o MEC chega a lidar com cerca de 100 pedidos de jornalistas por dia. "O nosso trabalho é ao mesmo tempo técnico e político", afirma. Para ela, assessores têm a função de defender o órgão para o qual trabalham, mas isso não significa que possam esconder a verdade.
"Eu tenho arquivo, eu tenho dados, se alguém diz que não vai responder alguma demanda eu pergunto: mas por quê? A informação é essa, vamos trabalhar", diz ela sobre a rotina na comunicação. "A gente precisa dar a informação".
Na entrevista, Maria conta também que os pedidos feitos via LAI (Lei de Acesso à Informação) não são encaminhados à Assessoria de Imprensa. A lei tem um prazo de resposta maior, de até 20 dias, podendo ser prorrogado por mais 10 mediante justificativa.
Certa vez, Maria ouviu internamente que, se que o pedido foi feito via LAI, a assessoria não precisaria mais respondê-lo. Ela é contra. "Eu, como assessora de imprensa, tenho que mostrar para o jornalista que eu sou muito mais atraente que a LAI."