Os resultados do Censo da Educação Superior 2021, divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) nesta sexta-feira (4/11), trazem pontos relevantes relacionados aos desafios da educação brasileira nos próximos anos.
O Censo traz uma radiografia das matrículas, dos ingressantes, da distribuição de vagas, do número de docentes, entre outros. Além de servirem para elaboração de pautas e análises que ampliem a compreensão de questões centrais para a educação na atualidade, esta divulgação ocorre em um momento importante:
- Os dados mostram os impactos da pandemia nas matrículas do ensino superior e na oferta de cursos;
- Governos estaduais e o governo federal passam por transições para os governantes eleitos nas Eleições de 2022;
- O país precisará elaborar um novo PNE (Plano Nacional de Educação), uma vez que o atual encerra-se em 2024. O PNE traz, entre outras, metas específicas para o ensino superior.
A seguir, apresentamos alguns tópicos que podem render pautas.
Crescimento e fortalecimento da EAD
O Censo da Educação Superior 2021 mostra a consolidação da tendência de ampliação da oferta e das matrículas na EAD (Educação a Distância).
Das 8.986.554 matrículas computadas em 2021, a EAD responde por 41% do total (3.176.370). No entanto, o número de ingressantes foi maior na EAD (2.477.374) do que na modalidade presencial (1.467.523).
A modalidade ainda não é majoritária no conjunto do alunado, mas é a predominante no setor privado, que concentra 76,9% do total das matrículas na educação superior no país. Em 2021, nas instituições de ensino superior privadas, a EAD respondeu por 70,5% dos 3.452.759 ingressantes.
No total - ou seja, considerando as instituições públicas e privadas -, entre 2020 e 2021, houve aumento de 19,7% das matrículas a distância, ao passo que no presencial, houve diminuição de 5,5%. De 2019 a 2020, as matrículas em EAD já haviam crescido 26,8%.
Essa movimentação está relacionada aos impactos da pandemia de covid-19, período em que houve aumento do número de trancamentos em cursos presenciais e diminuição do número de participantes nos vestibulares e no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que é a principal porta de entrada para as instituições públicas - onde predominam os cursos presenciais. Nas federais, 6% dos alunos fazem curso a distância (81.833) de um total de 1.371.128 estudantes..
Em 2020, nas universidades e institutos federais (principal rede pública), foram registrados 270,8 mil trancamentos de matrícula contra 128,2 mil em 2019. Já o número de ingressantes caiu em cerca de 20 mil nessas instituições, considerando o mesmo período: passou de cerca de 362,5 mil para 342,5 mil.
As federais concentram 66% das matrículas do sistema público de ensino superior. Este, por sua vez, responde por cerca de 23% das matrículas em educação superior no Brasil.
Neste cenário, alguns pontos que podem render pautas são:
O material divulgado pelo Inep pode ser baixado aqui.