Redação Jeduca
Fidel Forato
Do Repórter do Futuro
As informações das avaliações de qualidade da educação básica podem ajudam a criar de políticas públicas para a área. Mas, para o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo Ocimar Alavarse, indicadores como o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) precisam ser analisados com cautela. Ele foi um dos participantes da mesa sobre "Indicadores da Educação Básica" na quinta-feira (29), no Congresso da Jeduca.
O Ideb é composto pelos resultados de uma prova avalia as competências em português e matemática dos alunos. É um termômetro da qualidade do aprendizado no país. É também por meio desses resultados que a população, de forma geral, passa a julgar uma escola como boa ou não. Mas, segundo Alavarse, um dos principais problemas do trabalho com dados é induzir a uma lógica maniqueísta: “A adjetivação é sempre risco.”
O professor questionou o que esses indicadores conseguem de fato medir sobre a qualidade da escola. Para ele, a melhor definição é que o Ideb mede "a quantidade de tempo necessária para se obter proficiência em determinada matéria e nada mais".
Outra participante da mesa, a atual presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Maria Inês Fini apresentou um resumo dos dados que são produzidos pelo órgão. Ela refutou a ideia de que haja erros metodológicos na produção do Ideb. "Rejeito qualquer tipo de erro na divulgação e elaboração de nossos dados”, disse, evitando entrar em análise mais aprofundada sobre o tema.
O ex-presidente do Inep (2014-2016) Francisco Soares, por sua vez, defendeu o uso das pesquisas como um dos norteadores de políticas públicas. Soares disse concordar que é preciso entender os indicadores, mas também as condições dos jovens, porque a realidade socioeconômica e o nível de formação dos pais são os dois principais fatores que influenciam o desempenho dos alunos. Ainda segundo Soares, o desempenho abaixo do esperado dos estudantes mostra que há desrespeito a um direito. "Se o aluno não chegou até onde nós julgamos o básico na educação, o seu direito não foi cumprido.”
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