Em entrevista ao portal Imprensa, a jornalista Magê Flores fala sobre o protagonismo que o podcast vem alcançando enquanto meio de divulgação jornalística. Ela participa da mesa "Novas formas de mostrar nosso trabalho e a ascensão do podcast", ao lado de jornalista indepentende Sam Stuart, programada para o dia 20/8, às 14h30, no 3.º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca. A mediação será de Leandro Beguouci. As inscrições para o congresso terminam em 14/8. Leia a entrevista abaixo.
O podcast já faz parte da rotina de muitos brasileiros. O Café da Manhã é o podcast diário de notícias da Folha de S.Paulo. Ele é apresentado pela dupla de jornalistas Magê Flores e Rodrigo Vizeu.
O Portal Imprensa conversou com a jornalista Magê Flores que participará da mesa “Novas formas de mostrar nosso trabalho e a ascensão do podcast” no 3.º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca.
Nesta entrevista, Magê conta sobre a sua experiência no Café da Manhã e sobre a importância do novo formato para o jornalismo.
“Você baixa o arquivo de áudio e escuta enquanto está a caminho do trabalho, na academia ou arrumando a casa, por exemplo. Além disso é um formato em plena ascensão. Em um momento que evidencia a importância do jornalismo não vejo motivos para não investir numa nova forma de comunicar e informar”, afirma.
Como é a sua experiência no podcast Café da Manhã?
O Café da Manhã é o podcast diário de notícias da Folha, que começou a ir ao ar em primeiro de janeiro. Fazia alguns meses que a gente vinha pensando em um projeto como esse e a coisa ganhou corpo quando surgiu a parceria com o Spotify, no final do ano passado. Eu trabalho na Folha desde 2013, fui para lá pra cobrir gastronomia. Acabei passando pela revista São Paulo e pela Primeira Página. O Rodrigo Vizeu trabalhava na editoria de política. Nós deixamos nossos cargos anteriores para cuidar exclusivamente deste e de outros projetos em áudio do jornal, em uma nova editoria de Podcasts.
Como é a rotina de um podcast diário?
A rotina no Café da Manhã é de trabalho intenso, por um dia inteiro. A gente acompanha o noticiário desde cedo, no começo da tarde definimos a pauta do dia, pesquisamos o assunto e determinamos os entrevistados. Fazemos a entrevista, elaboramos o roteiro, pesquisamos áudios que nos ajudem a contar aquela história e gravamos tudo. No final da noite, ouvimos o episódio, ajustamos o que for necessário e subimos tudo no sistema. A equipe inclui Amanda Luder, na produção, e Thomé Granemann, na edição de som.
Você acredita que o jornalismo brasileiro adotou o formato podcast de vez?
Espero que sim, por alguns motivos. O podcast é um formato muito eficiente para comunicar e engajar um público. Sua linguagem, mais informal, aproxima o jornalismo de quem consome notícia, permite apresentar quem está por trás daquela criteriosa produção. É um formato complementar a outras mídias, já que pode ser consumido em momentos que não permitem a leitura: você baixa o arquivo de áudio e escuta enquanto está a caminho do trabalho, na academia ou arrumando a casa, por exemplo. Além disso, é um formato em plena ascensão. Em um momento que evidencia a importância do jornalismo não vejo motivos para não investir numa nova forma de comunicar e informar.
Qual é a sua expectativa para o congresso da Jeduca?
Penso que são fundamentais as oportunidades para discutir o fazer jornalístico, refletir sobre procedimentos e trocar experiências. Esses encontros fortalecem o jornalismo, ferramenta essencial no combate à desinformação. E nisso, ele e a educação têm muito em comum. Um congresso que reúne as duas coisas só pode ser interessante para quem está nas mesas ou na plateia. O podcast, como falamos antes, é mais uma plataforma para esse trabalho. Penso que poderemos entender melhor, juntos, o momento do país e do jornalismo, e como o podcast se inclui nisso, como ele pode ser usado para ampliarmos as possibilidades do nosso trabalho.
(O texto original do portal Imprensa pode ser lido em https://bit.ly/2MffnVM)