Em dois dias, o 8º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca reuniu 644 pessoas de todo o país, no formato presencial ou remoto. O #Jeduca2024 aconteceu nos dias 2 e 3 de setembro, novamente na Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), em São Paulo.
Ao todo, foram 12 mesas de debate e 4 oficinas de formação. Todas as mesas de debate estão disponíveis na playlist do congresso no YouTube da Jeduca, clique aqui.
Destaques da programação
As mudanças climáticas e seus impactos na educação foi um dos temas de destaque do congresso. “Esse congresso foi muito diferente, a gente falou de um assunto que a gente nunca tinha falado na educação, que é a crise climática. Quando a gente pensou que os jornalistas de educação iam estar discutindo inundações, seca, desastres climáticos e eventos extremos?”, refletiu Renata Cafardo, presidente da Jeduca.
A abertura do congresso foi marcada pela presença das jovens ativistas Giovanna Corrêa (Rio Grande do Sul), Jahzara Ona (São Paulo), Txai Suruí (Rondônia), que trouxeram a perspectiva da nova geração sobre a crise climática.
Um dos destaques da programação foi a jornalista norte-americana Sarah Carr, que escreveu um livro sobre o impacto do furacão Katrina nas escolas de New Orleans. A jornalista esteve na mesa de encerramento do primeiro dia de congresso. Ela participou de um diálogo com as jornalistas gaúchas Isabella Sander, do Zero Hora (RS), e Kelly Matos, da Rádio Gaúcha, que cobriram as enchentes no Rio Grande do Sul.
Outro destaque do evento foi o bate-papo com o presidente do Inep, Manuel Palacios, na qual ele conversou com especialistas e respondeu perguntas sobre Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e a divulgação de microdados educacionais.
“Foi um congresso bastante interessante, trouxe várias iniciativas que estão sendo feitas por jornalistas e por educadores. A gente sai daqui com vários insights de como fazer isso se transformar em mais trabalho para o futuro, em mais reportagem”, disse Luiz Fernando Toledo, diretor da associação.
O combate à desinformação e o papel da educação midiática, a pauta da educação infantil, as eleições municipais de 2024 e educação antirracista foram alguns dos temas abordados na programação. O Congresso também tratou de outros temas relevantes para a cobertura de educação e para o jornalismo em geral, como a Inteligência Artificial e o uso de ferramentas nas escolas e nas redações, por exemplo.
Palestrantes e bolsistas
Nesta edição, dos 61 palestrantes e mediadores, a maioria eram mulheres (41). Entre os palestrantes do congresso, estiveram a recém empossada ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, e a jornalista argentina Silvia Bacher, representante da América Latina e Caribe na Unesco MIL Alliance.
“Durante o evento, escutei, aprendi, me indignei e criei esperanças para o futuro, afinal, a educação é um ser complexo e demanda diversas discussões importantes”, escreveu a jovem jornalista Emanuelle Almeida em publicação nas redes sociais.
A Jeduca ofereceu bolsas para incentivar a diversidade de comunicadores no evento. Ao todo, 30 jornalistas de 23 Unidades da Federação foram selecionados a partir de critérios de diversidade regional, gênero, raça e etnia e perfil de atuação. Mais de 174 se candidataram às bolsas.
Oficinas
As oficinas de formação, que aconteceram apenas no congresso presencial, também trataram de temas atuais para os jornalistas. Neste ano, em razão de casos recentes e da repercussão na mídia, uma das oficinas teve como propósito ensinar aos jornalistas como reconhecer o bullying no ambiente escolar e diferenciá-lo de outros problemas de convivência.
As demais oficinas do congresso abordaram como incluir ferramentas de IA em atividades cotidianas dos jornalistas, como interpretar e analisar os indicadores educacionais e como utilizar bancos de dados sobre juventudes brasileiras.
Iniciativas
A partir do congresso, também surgiram iniciativas de participantes nas redes sociais, em publicações online e até mesmo em universidades. No Rio de Janeiro, a professora Soraya Venegas levou o congresso para a sala de aula. Os estudantes do curso de Jornalismo da Estácio de Sá Niterói (RJ) produziram o “Conexão Jeduca”, série de vídeos com a cobertura das mesas. Confira aqui.
Dhara Amorin, de Recife (PÉ) e repórter do Site Negrê de Mídia Negra Nordestina, entrevistou bolsistas e palestrantes do congresso e produziu um vídeo sobre comunicação antirracista. Assista ao vídeo aqui.
A repórter estudantil Kamilly Paiva, que integra a equipe do Jornal EMOT, projeto de educação midiática do Ginásio Educacional Tecnológico Oswaldo Teixeira, escreveu uma crônica sobre a experiência de participar do congresso, leia aqui. A jovem compôs a mesa A educação no combate à desinformação.
Confira a playlist do congresso aqui. Toda a cobertura em texto pode ser conferida aqui e nas redes sociais, Instagram e Linkedin.
O 8º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca contou com o patrocínio master de Fundação Itaú, Fundação Lemann e Instituto Sonho Grande, patrocínio ouro de Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Telefônica Vivo e Instituto Unibanco, patrocínio prata de Instituto Ayrton Senna, Instituto Natura, Santillana Educação e Imaginable Futures e apoio da Fecap, Canal Futura, Colégio Rio Branco e Loures Consultoria. O evento contou também com o apoio institucional da Abraji (Associação de Jornalismo Investigativo), Abej (Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo), Ajor (Associação de Jornalismo Digital), Coalizão em Defesa do Jornalismo, Instituto Palavra Aberta, Jornalistas&Cia e Unesco Mil Alliance.