Perfil de professores de comunidades tradicionais (como quilombolas e indígenas), ensino religioso, evasão escolar, transporte de estudantes em regiões isoladas, educação superior, ações afirmativas, produção científica de excelência e impactos da violência e da migração nas escolas. Esses são os temas das oito pautas vencedoras do Edital de Jornalismo de Educação – Categoria Jornalista, uma iniciativa da Jeduca e do Itaú Social.
O resultado foi divulgado em outubro do ano passado e, originalmente, o prazo para a publicação das reportagens era até 15 de abril, porém, com a pandemia da Covid-19, o prazo foi estendido para 30 de junho.
As oito pautas vencedoras foram selecionadas pela comissão julgadora do prêmio de um total de 56 inscritas. A comissão seguiu no acompanhamento do desenvolvimento das reportagens ao longo dos últimos meses. Os jornalistas tiveram total liberdade para realizar suas pautas. A comissão contou com a coordenação de Denise Chiarato e a participação de Marta Avancini, Ricardo Falzetta e Rodrigo Ratier. O jornalista Sergio Pompeu participou da fase inicial do projeto, colaborando na seleção das pautas.
Esta matéria traz mais informações sobre cada uma delas, os links para acessá-las e também vídeos sobre os bastidores dessas apurações.
Ensino religioso nas escolas públicas do RJ
A primeira reportagem foi veiculada no dia 10 de fevereiro, de autoria da jornalista Fernanda Baldioti, em especial para o Projeto Colabora, do Rio de Janeiro. Ela produziu uma série de vídeos e reportagens com entrevistas com professores sobre como se dá o ensino religioso em escolas públicas do Rio de Janeiro.
O especial aponta que a disciplina, a única citada na Constituição Federal, tem uma legislação peculiar no Rio de Janeiro, que delega a autoridades religiosas credenciadas o aval para que professores concursados possam lecionar.
O especial pode ser conferido aqui e no vídeo a seguir ela conta um pouco mais sobre os bastidores desta pauta:
Transporte escolar na região da Amazônia
A segunda pauta veiculada foi a da Martina Medina, no dia 14 de maio, na edição impressa do Jornal Joca e em seu site. Foram duas reportagens especiais sobre a importância do transporte escolar na região da Amazônia a fim de viabilizar o acesso à escola.
Para produzir as matérias, Martina foi até Porto Velho, capital de Rondônia, para entender, por exemplo, a situação de alunos que ficaram sem transporte escolar — e sem aulas — por quase dois anos na zona rural da cidade.
Elas podem ser conferidas aqui e aqui. Martina conta um pouco mais sobre a experiência com essa pauta no vídeo abaixo:
Fluxo migratório venezuelano nas escolas de RR
No dia 9 de junho, a jornalista Vanessa Vieira publicou no site do Correio do Lavrado, de Roraima, uma série de quatro reportagens sobre os impactos do aumento das matrículas de estudantes venezuelanos nas escolas públicas de RR, em função do aumento do fluxo migratório para a região.
De acordo com as reportagens, desde 2015, com a migração de venezuelanos para o Brasil, em especial para Roraima, o número de alunos venezuelanos matriculados nas escolas municipais de Boa Vista saltou de 48 para 5.649.
Confira as reportagens aqui, aqui, aqui e aqui. Os bastidores dessa matéria também podem ser conferidos no vídeo a seguir.
Pesquisadores com produtividade 1A da UFBA
No dia 27 de junho, o Jornal Correio, da Bahia, publicou um especial de 15 páginas em sua edição impressa e um online com o conteúdo completo feito pela jornalista Thais Borges com uma série com perfis de 20 pesquisadores com produtividade 1A da UFBA (Universidade Federal da Bahia).
No especial, Thais conta que, em todo o Brasil, em junho de 2020, apenas 1.264, de 179 instituições, eram pesquisadores bolsistas de produtividade 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O especial pode ser conferido aqui, um podcast que conta um pouco mais sobre a série aqui. Assista ao vídeo sobre os bastidores dessa apuração.
Segurança pública e seu impacto no ensino médio no RJ
A reportagem especial produzido pelos jornalistas Eduarda Hillebrandt e Matheus Merlim sobre o impacto da política de segurança pública no estado do Rio de Janeiro sobre o aprendizado no ensino médio foi publicado no dia 29 de junho no Plantão Enfoco.
A reportagem destacou dados como o que aponta que, em 2019, ao menos 5 mil estudantes da rede estadual do Rio de Janeiro tiveram as aulas suspensas devido a operações policiais e confrontos entre facções e que onze das 76 unidades de ensino básico em São Gonçalo ficaram no meio do fogo cruzado.
Confira aqui a reportagem e assista ao vídeo com os bastitores dela abaixo.
Desafios na educação indígena e o projeto Cunhataí ikhã
Maria Fernanda Ribeiro conta, em reportagem especial publicada no dia 30 de junho no Universa, do UOL, como o projeto Cunhataí ikhã (que significa meninas em luta) tem transformado, por meio da educação, a realidade de garotas indígenas no Nordeste. O projeto é apoiado pela Fundação Malala. Segundo dados do relatório Trajetória Escolar, do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), indígenas têm as maiores taxas de abandono e reprovação no Brasil.
Esta reportagem, originalmente, seria uma reportagem em vídeo, porém, ela seria produzida em encontro previsto para acontecer na semana de março que boa parte dos estados brasileiros iniciaram o isolamento devido à Covid-19.
Confira aqui a reportagem especial e, abaixo, o vídeo de Maria Fernanda falando sobre os bastidores desta apuração.
Estudantes beneficiários do programa AfroAtitude
Nos dias 29 e 30 de junho, foram publicadas as reportagens de Lorena Klenk no portal Plural, do Paraná, sobre estudantes beneficiados pelo programa AfroAtitude, implantado pelos ministérios da Educação e da Saúde em dez universidades públicas entre os anos de 2005 e 2008 para apoiar universitários negros de baixa renda.
Nas reportagens, Lorena contou que o programa apoiou 500 cotistas negros com bolsas de iniciação científica e extensão no valor de R$ 241, o que equivaleria a pouco mais de R$ 500 hoje, com o objetivo de garantir a permanência desses alunos e incentivar o gosto pela pesquisa. Ela baseou suas reportagens na avaliação de 31 ex-bolsistas do programa que indicam que, pelo menos para eles, os objetivos do programa foram em grande parte alcançados.
Confira as reportagens aqui e aqui. E, abaixo, o vídeo com os bastidores da apuração da Lorena.
Perfis de professores de comunidades tradicionais
No dia 30 de junho foi ao ar o primeiro podcast da série especial Educar Tradicional produzida pelas jornalistas Sarah Fernandes e Anelize Moreira para a Rádio Brasil Atual (SP) com perfis de professores da rede pública de São Paulo que atuam em comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, caiçaras e comunidades rurais).
O primeiro da série conta a história de Luciano docente indígena de São Paulo que usa educação escolar como uma ferramenta para garantir manutenção do território e do modo de vida Guarani Mbya. O episódio pode ser conferido aqui e também está no ar uma reportagem sobre ele. Já o segundo, que pode ser conferido aqui, conta a história de Cristina professora de uma escola caiçara em Ilha Bela, litoral paulista, que concilia o deslocamento diário entre sua casa, no saco do sombrio, e o trabalho, em um trajeto feito em sua própria embarcação. A matéria sobre o episódio pode ser conferida aqui também.
O terceiro (confira aqui o podcast e aqui a reportagem) conta a história de Luiz Kentu, professor quilombola do Vale do Ribeira, no Sul do estado de São Paulo, que além das aulas de português, literatura e língua estrangeira, Luiz propôs uma disciplina optativa específica para debater as tradições quilombolas e o histórico de luta e resistência do povo negro no Brasil. O quarto e último episódio (confira aqui e aqui a reportagem) conta a história conta de Lourdes Sanchez, professora de uma escola municipal no assentamento Pirituba II, entre os municípios de Itapeva e Itaberá, interior do estado de São Paulo.
Confira abaixo os bastidores desta série.