Daniela Arcanjo
Do Repórter do Futuro
Como valorizar a cobertura de educação na pauta dos veículos foi o tema central de mesa com editores realizada nesta quinta-feira (29) no 1º Congresso de Jornalismo de Educação, organizado pela Jeduca na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Mediado pelo jornalista Ricardo Falzetta, do movimento Todos Pela Educação, o evento contou com três profissionais de grandes veículos de comunicação do país.
Segundo Paula Miraglia, antropóloga e diretora-geral do Nexo Jornal -- único meio de comunicação inteiramente digital da mesa --, a forma como a educação aparece em diferentes editorias tem sido determinada pelo momento político do país.
Miraglia, que já foi diretora geral do Ilanud (Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e o Tratamento do Delinquente), afirmou que é responsabilidade dos jornalistas hoje dar “o passo para trás” para enxergar o contexto e explicar os fatos ao público por meio de dados e estatísticas.
Para Nélio Horta, da Rede Globo, é imprescindível construir a pauta de forma mais científica, com algum distanciamento, para possibilitar olhar o tema de forma mais crítica. Ele tem experiência sobre a temática da mesa: já produziu para o Globo Repórter reportagens sobre bullying e trabalho infantil.
No caso do caderno Cotidiano da Folha, vários temas disputam espaço todos os dias, de assuntos ligados à vida da cidade, crimes, pautas de saúde e educação. Mas o editor Eduardo Scolese afirmou que “não há problema de espaço para pauta boa”. Ele deu alguns exemplos de matérias recentes de educação que ficaram entre as mais lidas da Folha, como "Governo paga youtubers para fazer elogios às mudanças do ensino médio", "Negra, pobre e da rede pública fica em 1º em curso mais concorrido da Fuvest" e "Doria vai rever material escolar, entrega de leite e transporte a alunos".