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Camila Araujo/Oboré Projetos Especiais
Congressos

Humor, cartum e poesia pedem passagem no jornalismo brasileiro

Mesa do 6º congresso discute linguagens informais que geram impacto na informação jornalística sobre educação

13/09/2022
Beatriz Santoro/Oboré Projetos Especiais*

O lugar da informalidade, da poesia e do humor no jornalismo contemporâneo. Esse foi o tema da mesa do 6° Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca, que reuniu Alberto Benett, cartunista da Folha de S.Paulo, Cristiano Botafogo, narrador e editor do podcast “Medo e Delírio em Brasília” e Tawane Theodoro, slammer e escritora. A mediação foi de Paula Saldaña, jornalista da Folha e diretor da Jeduca. 

 

Para Tawane -  também apresentadora do canal Reload, veículo voltado para o público jovem que pretende “descomplicar a notícia” - a informalidade pode aproximar diferentes públicos do jornalismo. “Se vocês, jornalistas, só utilizarem uma linguagem totalmente formal, só vão atingir o seu círculo. Quando eu comecei, por exemplo, na poesia marginal, eu pensava nisso: eu queria atingir jovens e população periférica de maneira geral. Então, a minha fala não poderia ser uma fala formal e difícil”, argumenta. 

 

Segundo ela, no Reload, os produtores de conteúdo têm liberdade para trazer assuntos variados. “Temos produtores de conteúdo no Brasil inteiro, por isso trazemos gírias regionais”, explicita.

 

Costurado por falas de políticos, memes, piadas e jargões, “Medo e Delírio em Brasília” faz análises ácidas do governo Bolsonaro. Para o narrador e editor do podcast, Cristiano Botafogo, tratar de temas espinhosos e sérios com humor pode fazer com que a informação seja mais palatável para o público. “Por outro lado, ficamos com aquela dúvida: estamos ‘palatalizando’ demais algo que deveria causar revolta? Então, resolvemos isso com revolta, mostrando indignação”, responde.

 

Cartunista desde a adolescência, Alberto Benett acredita que até mesmo o humor deve ser levado a sério. “Eu passo oito horas desenhando na prancheta e jogando fora um monte de ideias até chegar em alguma coisa que seja digna de nota. Estamos em momento esquisito e não dá para ficar fazendo qualquer coisa, qualquer besteira. Temos que ser cada vez mais críticos, mais incisivos, menos bobos. Pelo menos na charge, temos que ir atrás disso”, analisa.

 

Confira abaixo um resumo da mesa: 



Confira também a mesa na íntegra:

 

O 6º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca conta com o patrocínio master de Itaú Educação e Trabalho e Instituto Educbank, patrocínio de Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Telefônica Vivo, Instituto Península, Instituto Unibanco, Itaú Social e  Santillana Educação, XP Educação e apoio da Fecap, Canal Futura/Fundação Roberto Marinho, Colégio Rio Branco,  Loures Consultoria e Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil.




*Edição: Ronald Sclavi

 

A cobertura oficial do 6º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação é realizada por estudantes, recém-formados e jornalistas integrantes da Redação Laboratorial do Repórter do Futuro, da OBORÉ. A equipe opera sob coordenação do Conselho de Orientação Profissional e do núcleo coordenador do Projeto, com o apoio da editoria pública e da equipe de comunicação da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação).

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