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Jeduca começa cursos para estudantes de Jornalismo

Workshops gratuitos foram dados na Uniso e na Fiam, e abordaram temas como avaliações, furos e fontes educacionais

17/04/2018
Redação Jeduca

Mais de 150 estudantes participaram ontem à noite e hoje pela manhã das primeiras oficinas da Jeduca sobre jornalismo de educação voltadas para alunos de Comunicação. Nos encontros, realizados na Uniso (Universidade de Sorocaba) e no câmpus Ana Rosa da Fiam (Faculdades Integradas Alcântara Machado), em São Paulo, os jovens puderam conhecer um pouco mais sobre a diversidade da cobertura, os desafios do trabalho dos profissionais da área, grandes furos jornalísticos e os principais dados da educação no Brasil.

 

As oficinas foram dadas pelo repórter Luiz Fernando Toledo, do Estadão. "Os alunos mostraram muita curiosidade por questões sociais associadas à educação: perguntaram bastante sobre política de cotas, relacionaram pautas da educação com temas como inclusão de crianças com deficiência, crianças que ficam em abrigos, questões de gênero. São assuntos sobre os quais os estudantes têm uma consciência cada vez maior, daí o interesse deles em saber como isso é tratado na imprensa."

 

Na Fiam, em alguns momentos os alunos começaram a debater temas tratados na oficina. "Virou meio que uma roda de conversa", disse Luiz. Eles discutiram, por exemplo, como se deve lidar com alunos de famílias em situação de vulnerabilidade e o papel do Bolsa Família nesse contexto (além de como construir pautas a partir do debate). "Quando abordei a dificuldade que a população tem de entender qual atribuição cabe a municípios, estados e governo federal na educação, dois alunos começaram a dizer que isso é tão importante que deveria ser ensinado na escola."

 

"A palestra de hoje foi bastante elucidativa e permitiu aos estudantes repensarem as editorias de educação, entenderem que elas tratam de temas que perpassam várias outras editorias. São espaços muito ricos para explorar e têm inúmeras possibilidades de pauta", disse Ana Tereza Pinto de Oliveira, professora de redação jornalística da Fiam.

 

Aluna do 5º semestre de Jornalismo, Pamela Aparecida Ramos, de 19 anos, participou da oficina na Uniso, ontem à noite. Ela quer trabalhar com jornalismo literário, mas se interessa por questões relacionadas à inclusão de deficientes. Quando estava no 1º semestre do curso, Pamela entrou em contato com mães de alunos com autismo de todo o país por meio de páginas do Facebook. Depois ampliou a apuração visitando unidades de saúde em Sorocaba.

 

"Muitas mães diziam que os filhos não estavam na escola porque faltavam psicopedagogas para auxiliar. Elas te abordam de uma forma... querendo ajuda. Foi muito impactante para mim", disse Pamela. "Todas as pessoas que ouvi disseram que não existe um atendimento especializado nas escolas. O jornalismo pode ser uma grande porta para ampliar o acesso a esse atendimento."

 

Caroline Queiroz, de 20 anos, também aluna do 5º semestre de Jornalismo, fez uma pergunta sobre como trabalhar dados em reportagens de uma forma mais amigável para o leitor – o interesse pelo jornalismo de dados foi outro destaque do workshop em Sorocaba. Caroline costuma editar textos de agências de notícias de editorias como Economia para o site do jornal sorocabano Cruzeiro do Sul, onde faz estágio. "Eu mesma tenho dificuldade de compreender os dados de algumas matérias, que vêm muito secos. Eles não aparecem contextualizados, como o Luiz mostrou na oficina, nem associados a personagens. E a gente tem que compreender que o nosso leitor vai desde o doutor até a dona de casa."

 

Caroline considerou a oficina importante por mostrar que existe a figura do jornalista de educação. "Recebemos matérias de educação no Cruzeiro, da Agência Brasil, por exemplo, e eu leio sobre o assunto também. Mas não identificava que tinha uma pessoa especializada nisso. Para mim era muito claro que quem escrevia era um generalista. Saber que existe uma área de interesse jornalístico que pode ser tratada com mais profundidade, com mais 'devoção', é muito bacana."

 

"Aqui na faculdade a gente acaba tendo contato maior com outras editorias", disse Andressa Nogueira, outra aluna do 5º semestre. "Tanto que, quando trabalhamos em projetos como jornais laboratório, nunca tem uma editoria focada só em educação: tem cultura, política, esporte, economia, cidades e até mesmo internacional."

 

Toledo dividiu as oficinas em duas partes. A primeira tinha a apresentação propriamente dita, falando dos múltiplos papeis do jornalista de educação, de dados gerais sobre a educação básica e o ensino superior, temas recorrentes da cobertura e indicações de fontes, sempre associados a reportagens publicadas e à experiência própria do repórter no Estadão.

 

Na parte final dos workshops, Toledo sugeriu aos estudantes que propusessem pautas a partir dos assuntos abordados. Os autores das melhores sugestões receberão ingressos para o 2º Congresso da Jeduca, que será realizado nos dias 6 e 7 de agosto no Colégio Rio Branco, em São Paulo. Mas Toledo fez comentários sobre todas as pautas encaminhadas e deu dicas aos estudantes sobre como executá-las.

 

Andressa, que trabalha como estagiária do Departamento de Comunicação do câmpus sorocabano da UFScar (Universidade Federal de São Carlos), sugeriu uma reportagem sobre a "escassez de professores negros", principalmente no ensino superior. "Aqui na Uniso tem pouquíssimos professores negros. Na UFSCar nunca encontrei um professor negro", disse Andressa. "É uma questão que merece atenção num país onde uma parcela tão considerável da população é negra. Acho que isso precisa entrar no debate das cotas, até porque fortalece a política de inserção dos negros na universidade."

 

A programação inicial das oficinas prossegue amanhã, às 19 horas, na Fiam, com alunos do período noturno. Na sexta-feira, às 19h30, Luiz fará a apresentação na Fapcom (Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação), que fica perto do Metrô Ana Rosa.

 

A Jeduca não cobra pelos workshops – a maior aproximação com faculdades de Jornalismo é uma das prioridades do planejamento estratégico da associação para 2018. Instituições interessadas em oferecer a formação a seus estudantes podem procurar a Jeduca pelo email contato@jeduca.org.br.

 

 

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