A Jeduca realiza, em parceria com o Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) a oficina “Ideb 2021: pontos de atenção para não errar na cobertura” no dia 8 de setembro (quinta-feira), às 18h, com Ernesto Faria, diretor executivo do Iede, e Isabela Palhares, repórter da Folha de S.Paulo, com mediação de Marta Avancini, editora pública e de conteúdo da Jeduca. A previsão é que o MEC (Ministério da Educação) divulgue o Ideb 2021 até o fim de setembro.
O evento destina-se a jornalistas e será em formato online, em plataforma de videoconferência. Para participar, é preciso fazer inscrição neste formulário.
O objetivo é trazer insumos para a cobertura do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) 2021, o último da série iniciada em 2007 e que merece especial atenção em função dos impactos da pandemia de covid-19 na educação.
O Ideb é o principal instrumento de monitoramento da qualidade da educação básica. É calculado a partir da taxa de rendimento escolar (aprovação) e a média do desempenho no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), dimensões que foram afetadas nos últimos dois anos e que, consequentemente, podem interferir no resultado das escolas e redes de ensino no Ideb 2021.
Um aspecto que merece atenção é o aumento da taxa de aprovação devido à fusão dos anos letivos de 2020 e 2021 pelas escolas, seguindo orientação do CNE (Conselho Nacional de Educação). A medida foi tomada com o objetivo de minimizar os impactos da suspensão das aulas presenciais.
O Brasil foi o país onde as escolas permaneceram totalmente fechadas por mais tempo por causa da pandemia de covid-19: 178 dias somente em 2020, segundo o relatório Education at a Glance 2021 da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). Considerando os anos de 2020 e 2021, totaliza-se 287 dias de escolas fechadas – quase um ano letivo e meio -, de acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais)
De acordo com o Censo Escolar do Inep, as taxas de aprovação em 2020 e em 2021 ficaram acima das de 2019, o que pode ser resultado da fusão dos anos letivos de 2020 e 2021, recomendada pelo CNE (Conselho Nacional de Educação).
A aprendizagem também foi afetada no período, entre outras razões, pois muitos estudantes – sobretudo os mais pobres, que têm mais dificuldade de acesso à internet - não conseguiram acompanhar as aulas e atividades a distância, o que gerou perdas ainda maiores de aprendizagem.
Além disso, as condições para aplicação das provas do Saeb 2021, em meio à retomada das aulas presenciais, também podem ter interferido nos resultados de aprendizagem usados para calcular o Ideb.