Os números não mentem. E o jornalismo, assim como os cidadãos, contam com uma legislação que garante a obtenção de dados referentes aos órgãos públicos responsáveis por elaborar políticas que atingem o dia a dia de educadores, gestores escolares e estudantes. Fila da creche, qualidade da merenda e o andamento das obras de unidades de ensino, são alguns temas que podem ter uma cobertura aprofundada pela LAI (Lei de Acesso à Informação).
Para ensinar como utilizar essa ferramenta, o 3º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca oferece uma oficina do time do portal Fiquem Sabendo, uma agência de dados públicos independente, que se propõe a revelar informações de interesse social que autoridades não divulgam. Um dos objetivos da ação é ensinar como se apoiar na Lei de Acesso à Informação para apurar pautas de educação. As inscrições para o evento terminam em 14/8.
“A LAI é uma possibilidade de a imprensa fugir do jornalismo declaratório, pautado pela agenda oficial. É uma poderosa ferramenta de controle social e para a produção de reportagens de impacto: você consegue obter informações do sistema como um todo ou o detalhe de uma única escola”, afirma Maria Vitoria Ramos, diretora executiva do Fiquem Sabendo.
Um dos exemplos de pautas relacionadas à Educação que podem ser produzidas por dados obtidos via LAI é uma reportagem de 2018, abordando o mal uso de recursos públicos de universidades paulistas, na reportagem “Diárias viram ‘auxílio-moradia para reitores e cúpula da USP e Unesp”.
Utilizando dados do Portal da Transparência, também é possível saber quanto o contribuinte paga pelas despesas de políticos. No início do ano, o Fiquem Sabendo revelou que o ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodrigues foi o que mais gastou com diárias e auxílios do governo Federal nos primeiros 60 dias da gestão Jair Bolsonaro (PSL). Ao todo, o ex-chefe do MEC utilizou R$ 75 mil, custando mais de R$ 1 mil por dia ao Estado.