Acesso desigual à internet, entraves para a oferta equânime de ensino remoto, infraestrutura escolar precária e impactos no aprendizado são alguns dos muitos desafios enfrentados desde o início da pandemia de Covid-19. Mas o jornalismo está atento a essas desigualdades em todas as nuances como elas se manifestam na sociedade?
Essa é uma das questões que serão debatidas durante o 5.º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, que acontece de 27 de setembro a 1.º de outubro. Realizado pela Jeduca, o evento será online, com três sessões diárias (sempre às 10h, às 14h e às 16h) numa plataforma com transmissão exclusiva para os inscritos. As inscrições estão abertas e podem ser feitas aqui.
Para Jairo Marques, colunista e repórter especial de diversidade na Folha de S.Paulo, jogar luz sobre as especificidades de pessoas com deficiência, por exemplo, é importante e óbvio. Ele é um dos participantes da mesa “O jornalismo está atento às desigualdades?”, que será realizada no primeiro dia do evento, às 16h. “Essa lacuna de informação gera impacto para determinados grupos, que ficam desassistidos e cada vez mais com as próprias famílias tendo que lidar com questões que poderiam ser divididas com a sociedade. Quanto mais a gente informa, mais a gente avança na obtenção de direitos para essas pessoas”, disse.
O procurador do município de Mauá (SP) e advogado voluntário da Educafro, Irapuã Santana, defende que é importante que o grande público entenda a realidade a seu redor, o que contribui para que as pessoas atuem pela melhoria de suas comunidades. “Entregar um discurso direto, didático e inclusivo é de suma importância para que possamos melhorar a nossa democracia, no sentido de dar amplitude à participação popular efetiva na tomada de decisões de todos os rumos que nos tocam”, comentou. A discussão terá ainda a participação de José Silvério Trevisan, escritor e ativista na área de Direitos Humanos, e mediação da jornalista Yasmin Santos.
Érica Fraga, repórter especial da Folha de S.Paulo, concorda que é dever do jornalista apresentar evidências sobre os impactos das múltiplas desigualdades presentes na sociedade para o desenvolvimento social e econômico. “Mas o desafio de atrair uma audiência cada vez mais fragmentada para esse tema tem se mostrado grande”, reconhece.
Ela será uma das participantes da mesa “Como tornar mais atrativa a cobertura jornalística sobre desigualdade”, junto das também jornalistas Adriana Carranca e Flávia Oliveira, que vão compartilhar experiências e apontar caminhos para a cobertura de desigualdade. O debate acontece na quarta-feira (29), às 10h, com mediação de Fábio Takahashi, presidente da Jeduca e editor do DeltaFolha.
Ao longo da semana, temas como direitos humanos e economia, ciência e desigualdade, educação indígena e avaliações educacionais também serão debatidos no congresso.
O 5.º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação conta com o patrocínio de Fundação Lemann, Fundação Telefonica Vivo, Instituto Unibanco, Itaú Social, Itaú Educação e Trabalho, e apoio do Colégio Rio Branco e Loures Consultoria.