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MIreia Figueiredo/Oboré Projetos Especiais
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"Olha a panela no fogo!": mesa debate efeito da mudança do clima nos direitos da infância

Na segunda mesa do #Jeduca2024, especialistas e gestores abordam impactos das enchentes e secas no cotidiano escolar e na vida de crianças e adolescentes

03/09/2024
Júlia Sardinha/Oboré Projetos Especiais*

(Com edição de Ana Luisa Gomes)


É preciso pular da panela antes que seja tarde demais. Se você conhece a história do sapo que morreu na fervura por não perceber o aumento da temperatura da água, provavelmente entendeu o aviso. Aos não conhecedores da metáfora, é melhor dizer que nós — não o sapo —  precisamos “pular da panela” das crises climáticas enquanto é tempo. 

 

O recado foi dado por Danilo Moura, representante do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) Brasil sobre Clima e Meio Ambiente, na manhã desta segunda-feira (2), no 8° Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca. Mediada por Paula Ferreira, repórter do Estadão, a mesa que discutiu as relações entre crises climáticas e educação também contou com convidados como o educador indígena do povo Ticuna, Beto Fernandes Torres, e a secretária de educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira.

 

As inscrições para a versão online do #Jeduca2024 estão abertas aqui.

 

Em meio a incêndios, enchentes e altas temperaturas de norte a sul do Brasil, alunos das redes públicas e privadas sofrem com os efeitos do clima. “Nós precisamos entender a crise climática como um problema para as crianças e os adolescentes porque também é uma crise de direitos”,  apontou Danilo Moura. 

 

O oficial da Unicef enfatizou que as políticas ambientais brasileiras ainda são negligentes em zelar pelas crianças e adolescentes em meio às urgências do clima.  Ele lembra que eventos intensos serão cada vez mais frequentes, não só no nosso país mas em todo o planeta, e crianças continuarão a ser as mais prejudicadas.  

 

“No Brasil, três a cada cinco crianças estão vulneráveis às consequências de efeitos climáticos extremos. É primordial integrar as discussões sobre preocupações climáticas com as políticas educacionais. Não existe uma solução para esse problema sem que paremos de emitir gases do efeito estufa, sem que nós não cumpramos o Acordo de Paris”, acrescenta.

 

Os dados expostos por Moura — publicados no relatório “Crianças, Adolescentes e Mudanças Climáticas no Brasi” pelo órgão da ONU (Organização das Nações Unidas) também indicam que os jovens brasileiros estão expostos a mais de um risco climático ou ambiental. Dentre as consequências, as crianças podem ser privadas a curto, médio ou longo prazo de direitos à saúde e ao desenvolvimento. A situação se agrava quando impacta o aprendizado de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.


O relatório do Unicef também mostra que, no Brasil, a probabilidade de um jovem viver na pobreza é duas vezes maior do que a de um adulto e, em um momento de emergência, é esse o grupo que possui maiores dificuldades de se reestabelecer e, consequentemente, de retornar aos estudos. Uma vez que os impactos das crises climáticas recaem sobre esse grupo de maneira mais intensa, o órgão recomenda que crianças e adolescentes passem a ser prioridade absoluta nos planos e programas referentes ao meio ambiente e às extremas mudanças do clima.

 

Um furacão de mudanças

Exemplos dos impactos do clima nas comunidades escolares não faltam. Beto Torres relata que na escola onde trabalha, no Amazonas, a seca dos rios prejudica o transporte dos alunos, do material escolar e até mesmo da merenda das crianças. Um dos seus alunos, sem receber o alimento na escola e por sofrer com o intenso calor, faleceu em sua aldeia aos seis anos de idade. 

 

No Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira destaca que um dos problemas atuais é a saúde mental dos jovens após o trauma deixado pelas enchentes. Em meio às tentativas de lidar com as emergências ambientais, a rede de ensino do estado gaúcho também busca implementar o Programa Escolas Resilientes com aulas sobre educação climática e apoio emocional à comunidade escolar.

 

Os três palestrantes enxergam a imprensa como uma importante propagadora de informações sobre as emergências ambientais e denúncias sociais. A secretária declarou ser fundamental uma união entre o jornalismo profissional e a educação para a conscientização sobre o clima.  Para Moura, os jornalistas precisam deixar claro em suas reportagens quais são as causas e que os seres humanos são os atores responsáveis por toda essa crise climática que o planeta tem enfrentado.

 

Confira a íntegra da mesa:

 

 

Confira também a reportagem preparada pela Jeduca que foi veiculada no início da mesa, com relatos de estudantes e professores sobre os impactos da crise climárica no dia a dia das escolas:

 

O 8º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca contou com o patrocínio master de Fundação Itaú, Fundação Lemann e Instituto Sonho Grande, patrocínio ouro de Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Telefônica Vivo e Instituto Unibanco, patrocínio prata de Instituto Ayrton Senna, Instituto Natura, Santillana Educação e Imaginable Futures e apoio da Fecap, Canal Futura, Colégio Rio Branco e Loures Consultoria. O evento contou também com o apoio institucional da Abraji (Associação de Jornalismo Investigativo), Abej (Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo), Ajor (Associação de Jornalismo Digital), Coalização em Defesa do Jornalismo, Instituto Palavra Aberta, Jornalistas&Cia e Unesco Mil Alliance.

 

* A cobertura oficial do 8º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação é realizada por estudantes, recém-formados e jornalistas integrantes da Redação Laboratorial do Repórter do Futuro, da OBORÉ. A equipe opera sob coordenação do Conselho de Orientação Profissional e do núcleo coordenador do Projeto, com o apoio da Editoria Pública e da equipe de Comunicação da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação).

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