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Os efeitos da mudança do perfil demográfico na educação

Minicurso no 5.º congresso da Jeduca detalhou os processos e tendências populacionais

07/10/2021
Ítalo Cosme, Especial para a Jeduca

Nos próximos anos, a população brasileira deve diminuir, ser mais feminina, envelhecida, obesa, dividir a habitação com menos gente, se concentrar nas cidades com mais de 100 mil habitantes, e, apesar da taxa menor de fecundidade, avançar na transição demográfica.

 

Estes e outros aspectos foram tratados no 2.º minicurso “Entendendo os números: transformações sociodemográficas no Brasil”, na quarta-feira, 29, durante o 5.º Congresso Internacional de Jornalismo Educação, o #Jeduca2021. A oficina foi ministrada pelo sociólogo e pesquisador independente José Eustáquio Diniz Alves e mediada pela jornalista Tatiana Klix, diretora da Jeduca.

 

Mas de que forma essas mudanças impactam a cobertura jornalística e impactam na educação? E como a pandemia da covid-19 deve mudar a curva desses indicadores? Quais pontos de atenção na cobertura educacional? A Jeduca separou quatro pontos que podem ajudar a guiar pautas e, também, problemáticas que merecem atenção especial.

 

Redução da expectativa de vida

Alves advertiu que os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a esperança de vida desconsideram a pandemia da covid-19, além dos problemas de coleta registrados recentemente, entre eles, a não realização do Censo Demográfico em 2020, como estava previsto. Ele também chamou a atenção para o fato de que, por causa desses fatores, o cálculo da esperança de vida do brasileiro estará impreciso até que o Censo seja realizado.

Ele também alertou que o Brasil corre o risco de, após o período pandêmico, regredir à esperança de vida dos anos 2000 (69,9 anos). Antes da crise sanitária da covid-19, as projeções indicavam que expectativa de vida no país chegaria a 80 anos em pouco tempo. "Em mais de cem anos, a gente só crescia. E, pela primeira vez, a gente diminuiu", lamentou.


Anos de estudo: o hiato entre homens e mulheres

O pesquisador também dedicou bastante tempo para mostrar a reversão do hiato de gênero na educação. Ao analisar os gráficos, ele mostrou que o movimento consolidado hoje, com mulheres com mais anos de estudos do que os homens, se intensificou ao longo das últimas décadas.


Usando dados do IBGE, Alves mostrou que a partir de 1991, as mulheres passaram a ter mais anos de estudo do que os homens.e que, desde então, a distância entre os dois gêneros só aumentou em favor delas. `Porém ,este movimento começou na década de 1960, quando as mulheres da faixa etária de 15 a 19 anos já permaneciam mais tempo na escola do que os homens. Nas décadas seguintes, o processo avançou nas demais faixas etárias culminando em 1991.

 

"Esse movimento de reversão do hiato de gênero é um movimento de muito longo prazo. E se você pega somente um indicador, ele nem sempre reflete bem o que estava acontecendo", enfatizou o demógrafo.



Ele também chamou a atenção para o fato de que, a partir da década de 1970, a média de anos de estudo da população brasileira passou de 2 para 9 anos, o que ele considera um avanço significativo. Apesar do aumento, a escolaridade média no Brasil ainda é inferior a países como a Alemanha (14 anos) ou Coréia do Sul (13 anos).

 

Atenção às tendências

O sociólogo Alves também alerta para o risco de a mídia se pautar somente pelos dados apresentados num estudo. Segundo ele, é importante não olhar apenas a “fotografia”, a informação recém-divulgada, mas observar o comportamento da variável ao longo dos anos a fim de compreender melhor o movimento.

 

Uma dica é utilizar modelos estatísticos para tentar prever comportamentos a partir das informações já publicadas, traçando tendências. Como exemplo, citou a média de anos de estudo de mulheres e homens: a partir do comportamento registrado nas últimas X décadas, quando a média Y de anos de estudo será atingida?.

 

No entanto, ele alerta para o risco das projeções muito extensas se tornarem pouco precisas.

 

 O 5.º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação conta com o patrocínio de Fundação Lemann, Fundação Telefonica Vivo, Instituto Unibanco, Itaú Social, Itaú Educação e Trabalho, e apoio do Colégio Rio Branco e Loures Consultoria. 

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