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Palestrantes criticam fim da divulgação do Enem por escola

Ex-presidentes do Inep concordam que rankings montados pela imprensa geravam distorções, mas acreditam que prova ajuda escolas a identificarem seus pontos fracos

29/06/2017
Redação Jeduca

Karina Balan

Do Repórter do Futuro

 

Todos os anos, alguns aspectos chamam a atenção na cobertura do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), dos candidatos barrados por chegarem atrasados ao local de prova até os rankings das escolas montados pela imprensa com base nos dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). Em painel sobre a cobertura do Enem nesta quinta-feira, 29, no 1º Congresso de Jornalismo de Educação, a discussão girou em torno das recentes mudanças na prova -- em março, o Ministério da Educação anunciou o fim da divulgação das médias dos alunos por escola, base dos rankings.

 

Para Reynaldo Fernandes, ex-presidente do Inep e doutor em Economia pela Universidade de São Paulo, os dados deveriam continuar sendo divulgados. Fernandes considera as informações importantes para que escolas possam reforçar conteúdos e reconhecer seus pontos fracos a partir do desempenho dos alunos. Na avaliação dele, não disponibilizar os dados fere o princípio da transparência.

 

“A interpretação deve estar a cargo da sociedade e dos jornalistas. Se o órgão considera que o método de avaliação do Enem não é uma boa ideia, não tem de defendê-lo, mas não pode esconder os dados”, afirmou.

 

A justificativa do Inep para a medida é a de que o ranking gerava distorções e interpretações equivocadas por parte das escolas e da imprensa, sem levar em conta aspectos como contexto socioeconômico e número de alunos participantes de cada instituição.

 

Pelo fato de o Enem não ter caráter obrigatório e ser feito por amostragem, a análise desconsiderava indicadores como o número de participantes por escola, a permanência dos alunos na instituição durante todo o ensino médio ou só em parte dele e a formação dos professores. Agora, a avaliação da qualidade do ensino no 3º ano do ensino médio será baseada no Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica). Cada escola terá seu Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação da Educação Básica) calculado por meio de uma prova obrigatória, que medirá conhecimentos de matemática e língua portuguesa.

 

José Francisco Soares, professor da Universidade Federal de Minas Gerais e também ex-presidente do Inep, argumentou que os indicadores, quaisquer que sejam, sempre estarão sujeitos a interpretações equivocadas ou até a manipulações. O papel do jornalista, segundo ele, é expor as incongruências e aspectos sociais implícitos nos resultados.

 

“A divulgação do ranking é incompleta, e existe a questão da seletividade da informação. Muitas escolas acabaram criando registros exclusivos para prestar a prova e ter bons resultados. O papel do bom jornalista é fazer com que estes casos sejam expostos”, disse Soares, referindo-se a escolas que criam "unidades" à parte, que reúnem os melhores alunos, para conseguir melhores colocações nos rankings.

 

Renato Júdice de Andrade, diretor do Colégio Rio Branco e ex-diretor da Abave (Associação Brasileira de Avaliação Educacional), reconhece que o setor privado é pressionado por resultados e que tanto as escolas como os pais tomam decisões se orientam pelos rankings. Ele pondera que um ranking ideal deveria considerar obstáculos e estratégias desenvolvidas pelas escolas para conseguir boas colocações.

 

“Devemos aproveitar os dados para compartilhar boas práticas, e não ver o número pelo número. Geralmente as escolas têm uma postura defensiva em relação ao ranking, principalmente se não estão no topo”, disse Júdice.

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