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Pandemia agrega novos desafios à cobertura sobre alfabetização

As dificuldades de interação entre alunos e professores, impostas pelo ensino remoto, impactam nos métodos de ensino e na aprendizagem, amplificando problemas históricos na área

22/04/2021
Redação Jeduca

Num contexto em que a maioria das escolas permanece fechada desde março de 2020 por causa da pandemia de Covid-19, os impactos sobre a alfabetização das crianças já começam a ser sentidos, embora ainda não possam ser mensurados.

 

O principal aspecto que afeta negativamente a alfabetização é a impossibilidade de contato físico entre alunos e professores, além dos tipos de atividade possíveis no contexto do ensino remoto, segundo os participantes do webinário “Como fica a alfabetização no ensino remoto?”, realizado pela Jeduca no dia 15 de abril. Saiba mais aqui.

 

Participaram do evento Augusto Buchweitz, professor da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Maria do Socorro Alencar Nunes Macedo, professora da UFJS (Universidade Federal de São João del-Rei) e Silvia Colello, professora e pesquisadora da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo).

 

Alguns dos tópicos de debate durante o webinário merecem atenção dos jornalistas de educação:

 

As condições do ensino e aprendizagem

Um dos pontos de consenso entre os participantes é que a impossibilidade das aulas presenciais vai acarretar prejuízos para a alfabetização. 

 

Os resultados da pesquisa “Alfabetização em rede: uma investigação sobre o ensino remoto da alfabetização na pandemia Covid-19 e sobre a recepção da Política Nacional de Alfabetização (PNA)”, coordenada por Socorro, indicam que, no contexto do ensino remoto, os professores estão interagindo principalmente com as famílias, transmitindo atividades e orientações para que os pais possam trabalhar com os filhos em casa.

 

Os tipos de atividades propostas dependem das ferramentas tecnológicas disponíveis na casa dos alunos, então os professores enviam vídeos e áudios com histórias, fotos de páginas  de livros didáticos etc.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 

A ausência de contato direto prejudica o acompanhamento e a avaliação da aprendizagem, de acordo com as respostas dos professores na pesquisa.

 

Então, uma linha de apuração possível é acompanhar como as escolas e redes de ensino estão se organizando para assegurar a oferta de ensino para as crianças que estão na transição da educação infantil para o ensino fundamental ou nos primeiros anos deste nível.

 

Os desafios históricos

Para Buchweitz, um ponto que deve ser levado em consideração na análise dos impactos da pandemia sobre a alfabetização são os desafios que já existiam nessa área.

 

Ele citou como exemplo, os resultados da ANA (Avaliação Nacional de Alfabetização) de 2016 – a mais recente -, que mostra que  mais de metade das crianças do 3.º ano do ensino fundamental não atingiram níveis esperados de leitura e escrita, segundo escala estabelecida pelo MEC (Ministério da Educação) na época em que os resultados foram divulgados. O Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) de 2019 avaliou de forma amostral os alunos do 2.º ano do fundamental.

 

A expectativa é que as crianças mais desfavorecidas do ponto de vista socioeconômico sejam mais afetadas, porque são justamente elas que mais se beneficiam da escola.

 

Retomada x recuperação

Diante de um cenário de perdas ou de ausência de desenvolvimento num cenário de ensino remoto, Silvia defende que quando houver o retorno presencial no pós-pandemia a ênfase dos professores seja na retomada e não na recuperação da aprendizagem.

 

A retomada deve ser pautar por um diagnóstico feito com base nas características e necessidades de cada escola, de cada estudante, enfim da realidade local. Segundo ela, não existe uma solução única, considerando as disparidades de condições de acesso ao ensino remoto e as desigualdades que caracterizam o Brasil.

 

Por isso, ela considera essencial manter o diálogo e a interação com as famílias, assim como o acolhimento dos estudantes. Esses são dois aspectos que podem fazer a diferença na retomada, mitigando as perdas geradas pela pandemia.

 

Assista ao webinário na íntegra:

 

 

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