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Alice Vergueiro/Jeduca
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Para cobrir educação, repórteres precisam incomodar os editores e políticos

Jornalistas de política e economia comentam e dão dícas de como abordar as questões educacionais em pautas de outras áreas

20/09/2023
Gabriela Vasques/Oboré Projetos Especiais*

(Com edição de Anelize Moreira/Oboré Projetos Especiais*)


Como perceber oportunidades narrativas nas pautas de educação em meio a outros assuntos do dia? Foi assim que o jornalista e diretor do Canal Futura, José Brito, mediador da mesa "A educação na pauta do dia" no segundo dia do 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca, deu início ao debate. 


Afinal, o jornalismo de educação compete com política, economia e vários outros temas que geram mais visualizações e interesse para os veículos. Porém, trazer para a pauta a educação, tema que está presente no dia a dia dos brasileiros, é fundamental. 


Para Adriana Fernandes, repórter do Estadão que cobre economia em Brasília e que participou da mesa, as pautas sociais ganharam mais espaço nos cadernos de economia depois da pandemia, porém a educação aparece apenas em situações pontuais - quando há corte de recursos, por exemplo. Ela enxerga também uma certa acomodação entre os jornalistas e fontes, intensificada no pós-pandemia.


"Hoje em dia, quando uma autoridade quer fazer um anúncio, publica um tweet. Está faltando o corpo a corpo, os jornalistas precisam incomodar", disse ela. “Os repórteres de educação que estão lá em Brasília têm que ir para a portaria do ministro da Educação, para a portaria do ministro Haddad. Ele foi um ministro da Educação, vamos tirar ele da zona de conforto”, provocou. 


Além de incomodar, estar na rua também é fundamental para identificar pautas de qualidade dentro do jornalismo de educação. "A busca por bons personagens, assim como a busca por boas pautas passa mesmo por colocar o pé na estrada", afirmou a analista política da CNN Brasil, Basília Rodrigues.


Na visão dela, houve avanços no olhar sobre a educação em editorias como política e economia, por causa da pandemia ou de pautas como o ensino médio. "Mas ainda está muito aquém das necessidades de um Brasil que tem desafios imensos para garantir seu desenvolvimento econômico se não fizer isso pela via da educação".


Basília chamou a atenção para a "glamourização" de certas áreas nas redações, o que permite que os setoristas tenham mais tempo e espaço para trabalhar suas pautas - e a educação ainda não é uma delas. Em contrapartida, ela afirma que existe público para as notícias de educação porque é uma pauta que está no dia a dia das pessoas, embora alguns veículos não percebem isso ainda. Uma saída é, então, investir na narrativa, contando as histórias de um modo mais interessante.

 
Nessa direção, Thais Bilenky, repórter da revista piauí e apresentadora dos podcasts Alexandre e Foro de Teresina, chamou a atenção para a importância de identificar as pautas relevantes no contexto onde as histórias acontecem, já que a educação é uma pauta que faz parte da vida das pessoas. Durante a mesa, ela contou que em determinada pauta ela visitou uma escola e não havia água e a diretora estava preocupada com isso e não com o tema da pauta dela. Assim, a jornalista mudou a reportagem, porque a falta de água era o que realmente importava relatar. 


“A pauta de educação está na nossa vida, está no nosso dia a dia, está na observação, em algum relato que você ouviu de alguém”, disse Thais. Diante de reportagens escritas apenas de dentro de redações, ela defende que as pautas na rua são diferenciais para cobrir a educação.


Segundo os palestrantes, preocupar-se com a qualidade do produto final e estar atento a novas formas de consumir conteúdo é essencial. O podcasts jornalístico foi um dos formatos citados para ser explorado. 


Para Fernando Torres, existe uma desconexão entre a importância que a sociedade atribui à educação e o espaço na pauta. “Um caminho para superar essa desconexão é tratar os temas numa perspectiva transversal. A gente tem um papel não só de cobrir políticas públicas, mas também aproveitar para ensinar as pessoas sobre determinado assunto, como por exemplo a educação financeira”, afirmou Torres, que é editor-executivo do Valor Econômico. Ele procura desempenhar esse papel no jornal onde trabalha com as matérias sobre educação financeira, sempre procurando tornar as reportagens atraentes. 


Para finalizar a mesa, a jornalista Adriana Fernandes deu a dica de dois assuntos que devem entrar em pauta até o fim deste ano. O primeiro é a discussão do piso de gastos para saúde e educação, ela acredita que é possível trazer histórias para dentro dessa pauta. E o outro é a avaliação dos programas educacionais do governo federal. 

 

Abaixo, a íntegra do debate:

 


O 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca conta com o patrocínio master de Fundação Itaú, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e YouTube, patrocínio ouro de Fundação Lemann, Fundação Telefônica Vivo, Instituto Sonho Grande e Instituto Unibanco, patrocínio prata de Instituto Península e Santillana Educação, apoio do Instituto Ibirapitanga, Fecap, Canal Futura, Colégio Rio BrancoConsulados dos EUA no Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e Loures Consultoria e apoio institucional da Abraji, Ajor, Unesco MIL Alliance, Énois, Jornalistas&Cia, Instituto Palavra Aberta e Núcleo Jornalismo.


* A cobertura oficial do 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação foi realizada por estudantes, recém-formados e jornalistas integrantes da Redação Laboratorial do Repórter do Futuro, da OBORÉ. A equipe opera sob coordenação do Conselho de Orientação Profissional e do núcleo coordenador do Projeto, com o apoio da editoria pública e da equipe de comunicação da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação).

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