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Alice Vergueiro/Jeduca
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Projetos jornalísticos lançam olhar afrocentrado sobre a história do Brasil e dos EUA

Na mesa de abertura, "Educação antirracista: a voz preta na história", Nikole Hannah-Jones e Tiago Rogero compartilham os bastidores do The 1619 Project e do projeto Querino

18/09/2023
Maria Ferreira dos Santos/Oboré Projetos Especiais*

(Com edição de Anelize Moreira/Oboré Projetos Especiais*)


O 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca começou nesta segunda-feira (18/9), com o debate sobre o mito da democracia racial no Brasil e nos Estados Unidos e o papel do jornalismo na cobertura da educação antirracista. 

 
O evento acontece na Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), em São Paulo, com o tema central “Que sociedade queremos? O jornalismo de educação no debate nacional”. 


Na abertura da mesa “Educação antirracista: a voz preta na história”, a mediadora Renata Cafardo, jornalista e presidente da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação), citou a frase “Racismo não é um gás na atmosfera, é uma construção humana”, da pesquisadora e escritora Ynaê Lopes dos Santos. 


Nessa direção, a jornalista Nikole Hannah-Jones, criadora do “The 1619 Project”, afirmou que escravidão moldou as instituições políticas, econômicas e sociais dos Estados Unidos - inclusive o atual cenário político do país. Ela é especializada em jornalismo investigativo com foco em temas como desigualdade, injustiça e racismo sistêmico


“Você não consegue entender o 6 de janeiro [invasão do Capitólio, nos Estados Unidos], sem conhecer 1619”, declarou Hannah-Jones. 


O projeto lhe rendeu um prêmio Pulitzer, foi transformado em um documentário que é como finalista do Emmy 2023. Ela é repórter do  New York Times Magazine.  


"Muitos cidadãos e jornalistas negros e brancos nos Estados Unidos pensaram que depois do Obama passamos a viver numa democracia racial. Como se, a o eleger um presidente negro, teríamos suspendido nosso passado racista. Mas, na verdade, o Obama não foi eleito pela maioria branca, mas pelos latinos, asiáticos e negros, que votaram em peso, que assustou a base de Trump", apontou Hannah-Jones
.  


O racismo no Brasil

Inspirado no “The 1619 Project” da estadunidense, Rogero fez algo semelhante em relação à história do Brasil.  Foi assim que surgiu o “Projeto Querino”, série de podcast, produção da Rádio Novelo que lança um olhar afrocentrado sobre a historiografia brasileira e mostra alguns dos principais momentos sob a ótica dos africanos e de seus descendentes. 


Na mesa, Rogero compartilhou que para colocar o projeto no ar foram mais de dois anos de muita pesquisa, numa iniciativa conduzida por uma equipe majoritariamente negra e feminina. 


Para ele, “o Brasil é um Estado de apartheid, a gente não admite isso, mas é um apartheid. Nos lugares onde está a riqueza, você vê pessoas iguais e brancas”, diz Rogero.


Repercussão

Uma das estratégias do projeto Querino, foi tirar o marcador racial para alcançar mais pessoas. Ele até comemorou que não foi tão perseguido nas redes sociais como achou que seria por conta do sucesso da série, que em breve se tornará um livro. 


Hannah-Jones revelou outra perspectiva sobre a repercussão do seu trabalho.
Ela citou que políticos conservadores tentaram barrar a implementação do “The 1619 Project ” nas escolas. Até mesmo o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump teceu críticas a respeito. Apesar disso, “tem sido incrível observar os impactos nas pessoas”, afirmou. 


Por fim, os palestrantes argumentaram que é necessário fazer um jornalismo cada vez mais responsável. Para isso, eles citaram práticas como a de buscar sempre mais conhecimento, entender como o presente se relaciona com o passado e ter uma diversidade de fontes. 


Para eles, o jornalismo é ativismo e precisa combater o identitarismo do homem branco para que todos possam contar suas histórias.  


O 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca conta com o patrocínio master de Fundação Itaú, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e YouTube, patrocínio ouro de Fundação Lemann, Fundação Telefônica Vivo, Instituto Sonho Grande e Instituto Unibanco, patrocínio prata de Instituto Península e Santillana Educação, apoio do Instituto Ibirapitanga, Fecap, Canal Futura, Colégio Rio BrancoConsulados dos EUA no Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e Loures Consultoria e apoio institucional da Abraji, Ajor, Unesco MIL Alliance, Énois, Jornalistas&Cia, Instituto Palavra Aberta e Núcleo Jornalismo.


* A cobertura oficial do 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação foi realizada por estudantes, recém-formados e jornalistas integrantes da Redação Laboratorial do Repórter do Futuro, da OBORÉ. A equipe opera sob coordenação do Conselho de Orientação Profissional e do núcleo coordenador do Projeto, com o apoio da editoria pública e da equipe de comunicação da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação).

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