As seis reportagens resultantes das pautas selecionadas no 5º Edital de Jornalismo de Educação abordam alguns dos principais desafios da educação na atualidade: o acesso e a permanência de estudantes pertencentes a grupos minoritários, como quilombolas e indígenas, na escola; as dificuldades que professores enfrentam para seguir na carreira, levando-os, muitas vezes, a abandonar a profissão; a implementação da lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira; as consequências das disputas em torno da tese do Marco Temporal na vida escolar de estudantes indígenas no norte de Santa Catarina; e os impactos da adoção de um currículo decolonial na promoção da cultura de paz.
As pautas, desenvolvidas com apoio do Edital, iniciativa da Jeduca em parceria com a Fundação Itaú, também se destacam por darem voz a essas pessoas e por trazerem a perspectiva de territórios vulnerabilizados e marginalizados.
Confira a seguir as reportagens:
Ensino indígena pós-covid, de Ariene Susui (Boa Vista/RR), para Amazônia Real
Três anos após a pandemia de covid-19, a reportagem enfoca a situação da educação indígena em escolas e instituições de ensino superior, em quatro estados da Amazônia brasileira, a partir de relatos de educadoras e lideranças indígenas que revelam um cenário marcado pelos problemas de saúde mental e evasão.
Confira no vídeo abaixo os bastidores da reportagens.
Desmotivados com a carreira, professores abandonam a sala de aula, de Bibiana Maia da Silva (Rio de Janeiro/RJ), para Projeto Colabora
Duas reportagens que contam as histórias de 15 professores e ex-professores da rede estadual do Rio de Janeiro, que abandonaram a carreira ou estão em transição de área de atuação. Para mapear os números de professores exonerados, os motivos dos pedidos, entre outros dados, a repórter utilizou a LAI (Lei de Acesso à Informação). A primeira matéria enfoca alguns dos problemas que fazem com que os docentes se tornem desmotivados, como questões de saúde mental, casos de violência e dificuldade de locomoção. E, a segunda, trata de questões como o piso salarial, plano de carreira e reconhecimento.
Educação decolonial: o futuro da escola é ancestral, de Carla Aragão (Salvador/BA) e Ingrid Matuoka (São Paulo/SP), para Centro de Referências em Educação Integral e Avante Educação e Mobilização Social
Seis reportagens mostram experiências de escolas e redes de ensino em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador que implementaram um currículo decolonial e seus impactos sobre a convivência e o ambiente escolar. A série inclui histórias de duas escolas que, por meio do antirracismo, enfrentaram a violência no território e promoveram o acolhimento da diversidade. Há também o relato da experiência de uma rede municipal que incorporou a educação para as relações étnico-raciais de forma permanente; uma escola estadual que construiu as bases da sua atuação político-pedagógica pautadas no tripé: escola aberta para toda comunidade; escola feita para e com os estudantes; e escola que respeita a diversidade e promove uma educação antirracista; e uma escola de educação infantil que colocou a educação antirracista como prioridade.
No vídeo, Carla e Ingrid falam sobre a apuração da pauta:
A implementação da lei 10.639/203: resistências e impactos na formação dos estudantes, de Cleidiana Ramos (Cachoeira/BA) e Paulo Oliveira (Rio de Janeiro/RJ), para Meus Sertões
A série, composta por 21 reportagens divididas em quatro partes, analisa os ganhos e desafios envolvidos na implementação da lei 10.639/2003, que obriga o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira, em escolas de ensino fundamental de Salvador (BA). Entre os aspectos tratados estão a luta histórica do movimento negro por educação, o protagonismo dos terreiros de candomblé e blocos afro na criação de escolas orientadas para o ensino da história e cultura africanas, experiências de sucesso da implementação da lei e desafios que persistem.
Os jornalistas Cleidiana e Paulo contam no vídeo abaixo os bastidores da série especial.
Marco Temporal e a vida escolar dos estudantes indígenas do norte de Santa Catarina, de José Pires (Curitiba/PR), para Parágrafo 2
O impacto da derrubada da tese do Marco Temporal pelo STF (Supremo Tribunal Federal), em setembro último, sobre a vida escolar das crianças que vivem na Terra Indígena Ibirama La Klãnõ (norte de Santa Catarina) é o tema das duas reportagens da série. A primeira relata as dificuldades decorrentes do fechamento de uma barragem em outubro, o que causou alagamentos impossibilitando que os estudantes indígenas cheguem às escolas. A segunda trata do clima de medo e ansiedade, vivenciado por estudantes e educadores, intensificado após a decisão do Supremo.
Confira no vídeo a seguir os bastidores das reportagens.
Etnocídio e negação de direitos: os impactos do fechamento de escolas rurais em comunidades, de Karina Costa (Vitória da Conquista/BA), para Conquista Repórter
Os impactos e consequências do fechamento de 14 escolas em comunidades quilombolas na zona rural de Vitória da Conquista (BA), desde 2018, para as comunidades e, em especial, para as crianças que vivem nelas, é o tema da série. Além de relatos sobre como ocorreram os fechamentos, o especial analisa a relevância da existência de unidades escolares nos territórios, entre outros pontos, para a preservação da identidade e da cultura quilombola.
No vídeo abaixo, Karina fala sobre os bastidores do especial.
