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Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Talis 2024 traça perfil da profissão docente em mais de 50 países, entre eles o Brasil

Estudo divulgado periodicamente pela OCDE indica, entre outros pontos, que maioria dos professores brasileiros não se sente valorizada pela sociedade

07/10/2025
Redação Jeduca

A Talis (Teaching and Learning International Survey), divulgada nesta terça-feira (7/10) é uma pesquisa da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) sobre professores e diretores de instituições de ensino. Foi realizada em 2008, 2013, 2018 e 2024.

 

Seus resultados, assim como os de outros estudos realizados pela OCDE, trazem aspectos muitas vezes não explorados em pesquisas e levantamentos nacionais e possibilitam comparações internacionais, contextualizando o Brasil frente a outros países.

A Talis 2024 foi realizada em 54 países ou sistemas de ensino (alguns países têm mais de um sistema), com docentes de três níveis  equivalentes ao ensino fundamental 1, ensino fundamental 2 e ensino médio. Participaram da amostra cerca de 4 mil professores de 200 escolas de cada sistema de ensino. Os diretores das escolas participantes foram ouvidos também.

 

Nem todos os países participaram dos três níveis avaliados. O Brasil, por exemplo, só participou com dados sobre professores e diretores do ensino fundamental 1 e do ensino fundamental 2. Porém a maior parte das análises e comparações envolvendo o Brasil dizem respeito ao fundamental 2.

 

A Talis 2024 é composta por um relatório geral e pelas chamadas country notes, ou notas dos países, que compilam os principais dados. A country note do Brasil pode ser baixada aqui.

 

O relatório possui as seguintes seções:

  •         Formação dos professores
  •         Ensino para o mundo atual
  •         Oportunidades de aprendizagem dos professores
  •         Liderança e autonomia dos professores
  •         Relações profissionais dos professores
  •         Status da profissão docente
  •         Condições de trabalho dos professores
  •         Demandas do ensino
  •         Desempenho profissional dos professores

 

A seguir, alguns dos principais achados da Talis 2024 relacionados ao Brasil

 

Status da profissão docente
Resultados sinalizam que os professores se sentem pouco valorizados pela sociedade e pouco considerados nas políticas públicas.

 

  • 14% dos professores concordam ou concordam fortemente que os professores são valorizados pela sociedade (média da OCDE: 22%) Aumento de 3 pontos percentuais de 2018 a 2024.
  • 14% dos professores concordam ou concordam fortemente que sua visão é valorizada pelos formuladores de políticas públicas (média da OCDE: 16%). Aumento de 8 pontos percentuais entre 2018 e 2024.

 

Contrato de trabalho
Em consonância com dados recentes do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), a Talis revela um cenário de diminuição da quantidade de professores com contrato de trabalho permanente entre 2018 e 2024 e que a grande maioria dos professores trabalham em tempo parcial.

 

  • 64% dos professores têm contrato de trabalho permanente (média da OCDE: 81%). Redução de 16 pontos percentuais de 2018 a 2024.
  •  24% dos professores em início de carreira têm contrato permanente (média da OCDE: 9%).
  •  72% dos professores têm contrato de tempo parcial (média da OCDE: 19%). A porcentagem é semelhante à de 2018.
  • 44% dos professores estão satisfeitos com seu emprego (concordam ou concordam muito). Média da OCDE: 68%. Houve queda de 8 pontos percentuais desde 2018.

 

Salário
Pouco mais de um quinto dos professores está satisfeita com a sua remuneração.

 

  •  22% dos professores estão satisfeitos com seu salário (concordam ou concordam muito). Média da OCDE: 39%. Aumento de quatro pontos percentuais entre 2018 e 2024.

 

Uso do tempo
Professores brasileiros com contrato de tempo integral trabalham mais do que seus colegas da OCDE e gastam mais tempo preparando aulas e corrigindo provas e tarefas.

Professores que trabalham tempo integral:

  • Carga horária média semanal: 40,3 horas (média da OCDE: 41 horas. Aumento de 4,6 horas desde 2018.
  • Tempo para preparação de aulas: 9,3 horas por semana (média da OCDE: 7,4). Aumento de 2,2 horas desde 2018.
  • Tempo para correção de tarefas ou provas: 6,1 horas por semana (média da OCDE: 4,6 horas). Aumento de 1,5 hora desde 2018.

Bem-estar e saúde
O trabalho docente afeta mais intensamente a saúde mental e física dos professores brasileiros em relação aos colegas da faixa da OCDE.

 

  • 21% dos professores dizem se estressar muito com o seu trabalho (média da OCDE: 19%.).
  • 16% dos professores dizem que seu trabalho tem um impacto muito negativo na sua saúde mental (média da OCDE: 10%).
  • 12% dos professores dizem que seu trabalho tem muito impacto negativo na sua saúde física (média da OCDE: 8%).
  •  Porcentagem dos professores brasileiros que se dizem muito estressados no seu trabalho aumentou sete pontos percentuais desde 2018.
  •  Professores com menos de 30 anos relatam estar tão estressados quando seus colegas com 50 anos ou mais.

 

Manejo da sala de aula
Os professores brasileiros utilizam mais tempo de aula para manter a sala de aula em ordem do que a média da OCDE.

  • Professores gastam 21% do tempo da aula para manter a ordem (média da OCDE: 15%). Tempo aumentou 2 pontos percentuais no Brasil e na OCDE desde 2018.

 

Na mídia:

O Estado de S.Paulo
Brasil é um dos países onde professores mais usam IA para preparar aula; veja ranking

 

Folha de S.Paulo
Só 14% dos professores do Brasil dizem se sentir valorizados pela sociedade

 

Agência Brasil
Professor brasileiro perde 21% do tempo de aula para manter disciplina

Professores no Brasil usam mais IA que média dos países da OCDE

 

 

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