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Marcelo Camargo/Agência Brasil
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TIMSS 2023: confira os principais resultados

Avaliação traz dados sobre o desempenho de estudantes em matemática e ciências e informações para contextualizar a aprendizagem

05/12/2024
Redação Jeduca

O IEA (Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional) apresentou nesta quarta-feira (4/12) os resultados do TIMSS 2023, Trends in International Mathematics and Science Study. 

 

O Brasil participou pela primeira vez da avaliação internacional, que traz resultados sobre o desempenho dos estudantes de 4º e 8º anos do ensino fundamental em matemática e ciências. A amostra do TIMSS contou com 650.500 estudantes de 72 países/sistemas de ensino.

 

De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), no Brasil, a avaliação foi aplicada para 44.900 estudantes de escolas públicas e privadas de todo o país, sendo 22.130 do 4º e 22.770 do 8º ano. O Inep disponibilizou material que reúne informações sobre a aplicação no Brasil, assim como exemplos de itens e resultados, acesse aqui.

 

É a pela primeira vez que temos resultados de matemática e ciências de estudantes brasileiros mais novos em comparação com outros países, uma vez que o Pisa (Programa Internacional da Avaliação de Estudantes) avalia apenas estudantes com 15 anos, que tenham completado seis anos no ensino formal.

 

Os resultados gerais do TIMSS 2023 podem ser acessados nesta página. Os resultados gerais podem ser conferidos aqui.

 

Reunimos alguns dos principais resultados do Brasil e alguns pontos de atenção. Confira mais informações sobre a estrutura da avaliação nesta matéria da Jeduca.

 

Resultados do Brasil

 

Matemática

 

  • No 4º ano, Brasil obteve uma média de 400 pontos, figurando entre os países com pontuação mais baixa, à frente do Marrocos (393), Kuwait (382) e África do Sul (362), e bem abaixo da média de todos os países (503 pontos). Os cinco países com melhor desempenho são Cingapura (615), Taipei Chinesa (607), República da Coreia (594), Hong Kong (594) e Japão (591).



  • No 8º ano, com 378 pontos, o Brasil é o segundo país com pontuação mais baixa, empatado com o Marrocos (378), estando 478 pontos abaixo da média internacional. Países como Cingapura (605), Taipei Chinesa (602), República da Coreia (596), Japão (595) e Hong Kong (575) tiveram as maiores pontuações. 



Ciências

 

  • No 4º ano, com uma média de 425 pontos, o Brasil está abaixo da média internacional (494) e à frente de sete países: Azerbaijão (422), Jordânia (418), Uzbequistão (412), Kosovo (403), Marrocos (390), Kuwait (373) e África do Sul (308). Em ciências, as maiores pontuações foram registradas por Cingapura (607), República da Coreia (583), Taipei Chinesa (573), Turquia (570) e Inglaterra (556).

 

  • No 8º ano, a pontuação do Brasil é de 420 pontos, também abaixo da média geral (478 pontos). O Brasil teve um desempenho melhor que o de nove países: Kuwait (420), Árabia Saudita (419), Irã (419), Jordânia (413), Azerbaijão (411), Uzbequistão (396), Estado da Palestina (393), África do Sul (362) e Marrocos (327). Os cinco países com melhor desempenho foram: Cingapura (606), Taipei Chinesa (572), Japão (557), República da Coreia (545) e Inglaterra (531). 



Proporção de estudantes por nível de proficiência:

 

O TIMSS 2023 utiliza uma escala composta pelos seguintes níveis de proficiência: avançado, alto, intermediário e baixo, cada nível possui uma pontuação média.

 

Matemática

 

  • No 4º ano, 51% dos estudantes brasileiros não alcançaram o nível baixo de proficiência. A média internacional de estudantes abaixo do nível baixo é de 9%, segundo análise do Inep a partir do relatório do TIMSS, segundo o Inep.

 

Níveis de proficiência

Avançado (625)

Alto
(550)

Interme-diário

(475)

Baixo

(400)

Brasil

4º ano

1%

5%

21%

49%

8º ano

1%

4%

14%

38%

Média Internacional

4º ano

7%

35%

70%

91%

8º ano

7%

28%

55%

81%

Fonte: TIMSS2023/IEA_Elaboração: Jeduca

 

Ciências

 

 

 

Níveis de proficiência

Avançado (625)

Alto
(550)

Interme-diário

(475)

Baixo

(400)

Brasil

4º ano

1%

9%

31%

61%

8º ano

1%

8%

27%

58%

Média Internacional

4º ano

7%

31%

70%

90%

8º ano

6%

27%

56%

80%

Fonte: TIMSS2023/IEA_Elaboração: Jeduca

 

O Estado de S.Paulo aponta que 16% dos estudantes brasileiros tiveram um desempenho pior do que se tivesse chutado todas as questões, já 5% dos alunos do 4º ano não acertaram nenhuma pergunta da avaliação de matemática.

 

Especialistas ressaltam que o déficit de aprendizagem de matemática é mais grave que o de leitura. A pouca familiaridade dos estudantes com números, a baixa atratividade da carreira docente na área de matemática e o desequilíbrio na distribuição de professores são alguns fatores que podem explicar esse cenário, segundo matéria publicada no g1.

 

Diante do percentual de estudantes com baixo desempenho, é importante destacar também que os dados relativos ao Brasil podem ter “reservas sobre confiabilidade”, de acordo com o próprio IEA em relatório.

 

O cenário revelado no TIMSS diverge dos resultados do Saeb, que vinha apontando avanços anos iniciais do ensino fundamental, fazendo com a avaliação nacional e os currículos das redes tenham de ser revistos. A análise é de Ernesto Faria, diretor do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede). 

 

Análise por gênero

 

A análise do desempenho por gênero é importante tendo em vista os estereótipos relacionados aos meninos e meninas - por exemplo, eles costumam ser mais encorajados nas disciplinas exatas do que as meninas, que seriam melhores em disciplinas de humanas, como português e história.

 

  • No Brasil, o desempenho dos garotos do 4º ano em matemática foi superior ao das garotas em 13 pontos. Na média internacional, os garotos superaram as garotas em 11 pontos. 

 

  • No 8º ano, os garotos fizeram 21 pontos a mais do que as garotas no Brasil. A média internacional é de 6 pontos a mais para os garotos.

 

  • No Brasil, no 4º e 8º ano, os garotos superaram as garotas em 9 e 14 pontos, respectivamente, em ciências. Na média internacional, as garotas tiveram uma pontuação maior de, respectivamente, 1 e 3 pontos, em ciências.

 

Confiança em matemática e ciências

 

Os resultados do TIMSS indicam que quanto maior a confiança na disciplina, melhor é o desempenho dos estudantes em ambos os anos escolares. 

 

  • No 4º ano, a 17% dos estudantes brasileiros responderam ser muito confiantes em matemática, a média desse grupo foi de 465 pontos, que corresponde ao nível baixo de proficiência.

 

  • Em contrapartida, 42% disseram não se sentir confiantes em matemática, o desempenho médio desses estudantes foi de 385 pontos, pontuação inferior ao mínimo para atingir o nível baixo (400 pontos).

 

  • No 8º ano, para 7% dos estudantes, que disseram ser muito confiantes em matemática, a pontuação média foi de 488 pontos, que corresponde ao nível de proficiência intermediário (475 pontos). Para os 70% que afirmaram não ser confiantes na disciplina, a média foi 367 pontos.

 

  • No 4º ano, 21% dos estudantes afirmaram ser muito confiantes em ciências, a pontuação média na disciplina foi de 485 pontos. A média do total de estudantes que afirmaram não ser confiantes em ciências (46%) foi de 412 pontos.



Status socioeconômico e recursos educacionais

 

Os resultados do TIMSS também apontam uma relação entre o status socioeconômico familiar e o desempenho dos estudantes em matemática e ciências do 4º ano

 

A escala do TIMSS sobre o nível socioeconômico se baseou em informações como: quantidade de livros disponíveis em casa, incluindo livros infantis, escolaridade e ocupação dos pais.

 

  • No Brasil, a maior parte dos estudantes (57%) do 4º ano possuem baixo status socioeconômico, enquanto que 7% dos estudantes possuem status socioeconômico alto.

 

  • Em matemática, a pontuação média dos estudantes com baixo status socioeconômico foi de 376 pontos. Os estudantes de alto status socioeconômico fizeram 491 pontos. Em ciências, o primeiro grupo obteve uma média de 396 pontos, contra 520 do segundo.

 

Chama a atenção que em países que tiveram pontuação elevada no TIMSS, a porcentagem de estudantes no nível socioeconômico mais baixo é menor. Na Coreia, por exemplo, são menos de 10%.

 

No 8º ano, os resultados apontam que alunos com acesso à mais recursos educacionais, o que inclui livros, internet e o nível de escolaridade dos pais, apresentaram melhor desempenho em matemática e ciências.

 

  • No 8º ano, 58% possui poucos recursos educacionais em casa. Em matemática, a média desses estudantes foi de 354 pontos. Segundo o relatório, 8% dos estudantes contam com muitos recursos educacionais em casa, estes obtiveram uma pontuação média em matemática de 466 pontos.

 

  • Em ciências, os estudantes com poucos recursos educacionais fizeram 397 pontos, contra 499 dos alunos com mais recursos.

 

Abstenção e desempenho

 

Os resultados do TIMSS também indicam que os estudantes mais ausentes apresentam um desempenho pior em em matemática e ciências em comparação aqueles que têm maior frequência na escola. 

 

  • No Brasil, 53% dos alunos afirmaram que nunca ou quase nunca faltam na escola, enquanto que 21% disseram estar ausentes uma vez por semana.

 

  • No 4º ano, os estudantes com maior frequência na escola tiveram uma pontuação média de 419 pontos em matemática. Os estudantes mais ausentes têm uma média de 369 pontos.

 

  • Em ciências, a média dos estudantes mais ausentes é de 396 pontos, contra 449 pontos daqueles com maior frequência.

 

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