Jornalistas e outros participantes do 2º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação elogiaram o evento pela organização, qualidade dos debates e variedade de temas. Também fizeram críticas e sugestões para a próxima edição do Congresso.
"Agradecemos os elogios e também as críticas, que trataram basicamente de diversidade e inclusão, temas muito caros à Jeduca. As sugestões encaminhadas já viraram prioridade na pauta da organização do próximo Congresso", diz Fábio Takahashi, vice-presidente da associação.
Veja abaixo algumas opiniões de palestrantes e do público colhidas em entrevistas e em mensagens enviadas à organização do encontro e à rede de emails da Jeduca:
"O Congresso foi muito enriquecedor e provocador. Voltei para a redação trazendo questionamentos que poderemos abordar na nossa cobertura e cobrar dos nossos candidatos a nível estadual”
Wagner Mendes, repórter do jornal O Povo, de Fortaleza
"Achei o Congresso muito bem organizado, super profissional, e com uma programação bem focada, rica"
Marcelo Beraba, diretor da sucursal de Brasília do Estadão e palestrante
"O Congresso foi um sucesso! Mas só para deixar registrado: entre 57 palestrantes, 22 mediadores e até nas 430 pessoas que participaram como público fez falta a metade da nossa população, ou seja, NEGROS E NEGRAS. Principalmente sentados no palco! Espero que não sejam tão ausentes no próximo! E que consigam continuar a mobilizar e a formar mais jornalistas de educação, para que a cobertura consiga aproximar ainda mais a população do debate e tornar possível que ela participe ainda de maneira mais ativa da defesa pela escola pública de qualidade em nosso país."
Izabella Moi, coordenadora de Comunicação do Instituto Unibanco
"O principal agora para mim é observar que político está realmente interessado em investir em professor, pois é algo que precisa ser mudado urgentemente. Gostei bastante da ênfase dada no Congresso à necessidade de dar voz a quem está na escola, aos professores e alunos."
Daniela Jacinto, repórter do jornal Cruzeiro do Sul, de Sorocaba
"A oficina da Lupa no Congresso da Jeduca superou nossas expectativas. Uma inovação dentro das oficinas que já fazemos foi que checamos os discursos de representantes de candidaturas presidenciais que tinham acabado de se apresentar no encontro."
Raphael Kappa, jornalista e instrutor da oficina de fact checking ministrada no Congresso pela Agência Lupa
“Achei as oficinas bem didáticas e úteis. Na de fact checking, conheci ferramentas para, por exemplo, rastrear os registros de uma imagem na internet e saber em quais contextos ela foi usada."
Lecticia Maggi, jornalista do Iede (Interdiscipilinaridade e Evidências no Debate Educacional)
"A temática do Congresso colocou a educação no seu devido lugar, como um dos pilares que sustenta a democracia e sem o qual é impossível termos uma sociedade justa e com oportunidades iguais para todos"
Januária Cristina Alves, escritora e infoeducadora
"A repercussão do Congresso foi enorme e as discussões foram de altíssimo nível"
Caio Quero, editor-chefe da BBC Brasil em São Paulo e palestrante
"Achei especialmente relevante o debate com os representantes das candidaturas sobre educação, apesar da ausência da maioria das candidaturas. Ausência, aliás, que também traz um recado e mensagem. Eu teria gostado de mais diversidade de posições entre os panelistas-especialistas. Educação não é uma pauta neutra, é um tema em disputa"
Rosa Maria Mattos, jornalista
"Já tinha pensado antes em requisitar dados via Lei de Acesso à Informação, mas não sabia muito bem o que escrever no pedido, qual o nível de detalhamento, como me identificar. A oficina me ajudou bastante nesse sentido"
Malú Damázio, repórter do jornal Hoje em Dia, de Minas
"Tivemos muitas perguntas relacionadas às eleições. As pessoas queriam saber de casos específicos de perguntas que já tinham feito, sem conseguir respostas. Aí expliquei melhor sobre como funcionam os recursos da LAI. E ressaltei que é fundamental que todos os jornalistas entrem com recurso quando sentirem que a resposta está incompleta ou errada"
Luiz Toledo, repórter do Estadão que ministrou no Congresso oficina sobre a LAI com Léo Arcoverde (Globonews e site Fique Sabendo)
"Em tempo de eleições presidenciais, o Congresso da Jeduca lançou luz sobre diversos aspectos da construção de um jornalismo de educação que precisa estar cada dia mais preparado para lidar com investigações multissetoriais, sem esquecer de viver a escola, ouvir seus atores, sentir suas reais necessidades"
Sara Rebeca Aguiar de Carvalho, de Fortaleza, jornalista do site Vida Ciranda
"Todas as temáticas em discussão foram relevantes ao processo de produção de conteúdo jornalístico. O Congresso me deu várias ideias de pauta. Quero investigar a oferta de vagas na educação infantil em Porto Velho e também descobrir quantas escolas do município estão prontas para atender de forma integral às Leis de Acessibilidade”
Etiene Gonçalves, editor de Cidades do jornal Diário da Amazônia, de Porto Velho, Rondônia
"Foi um ótimo evento, tão bom quanto o 1º Congresso (melhor) e espero que o 3º seja ainda melhor que os anteriores. Como jornalista, pesquisador e educador considero a Jeduca um sopro de ar fresco numa mídia cada vez mais concentrada e questionada na sua independência."
Antonio José Lopes, o Bigode, jornalista, professor, pesquisador e autor de livros didáticos
"O Congresso foi extremamente produtivo e elegante: equipe atenta aos mínimos detalhes e muito, mas muito silenciosa. Eu gostaria de testar tamanha elegância e competência e silêncio no próximo Congresso da Jeduca vendo tudo funcionar então com a máxima – e prevista por lei – oferta de acessibilidade na comunicação"
Claudia Werneck, fundadora da Escola de Gente – Comunicação em Inclusão e palestrante
"Gostei da mesa sobre educação infantil. Acredito que precisa haver mais investimento em educação básica e isso só acontecerá a partir da cobertura e pressão da imprensa. As condições de acessibilidade do Congresso foram ótimas. Mas uma dica que eu dou é: sempre que for fazer um evento acessível, divulga bem isso, coloca no site. É difícil um cadeirante se arriscar a ir a um evento correndo o risco de ele não ser acessível."
Raphael Preto, estudante de Jornalismo da Universidade Anhembi Morumbi e cadeirante
"Adorei a ideia de crianças manifestarem também sua visão sobre a escola. Parabéns a todos da organização do evento. Um prova de que ainda podemos ter grupos discutindo nosso país, seus problemas e soluções para a educação."
Marilucia Ramiro, jornalista e escritora
"Nesta semana, tivemos dois eventos que podem ter importante papel na política educacional dos novos governos: um grande congresso dos jornalistas que cobrem educação no país e o encerramento de um curso, oferecido para funcionários de carreira de cada uma das 27 secretarias estaduais de educação, sobre a reestruturação do ensino médio. Há neles uma agenda comum: assegurar que o ainda insuficiente esforço para melhorar a qualidade da educação seja mantido e acelerado nos próximos governos."
Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da FGV, ex-diretora de educação do Banco Mundial e palestrante do Congresso, em artigo publicado na Folha de S. Paulo em 10/8
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