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'Vozes da Educação' criticam trabalho da imprensa

Mesa do Congresso da Jeduca reuniu professora militante LGBT, diretora de escola municipal, participante de ocupações de escola que virou repórter da Mídia Ninja e assessor de imprensa da Secretaria da Educação

30/06/2017
Redação Jeduca

Daniela Arcanjo

Do Repórter do Futuro

 

Distorção dos fatos e sensacionalismo foram alguns dos temas das queixas que profissionais da educação e um ativista estudantil fizeram ao trabalho de jornalistas durante a mesa “Vozes da Educação”, no 1º Congresso de Jornalismo de Educação, da Jeduca, na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, nesta quinta-feira (29). Fontes usuais da imprensa, os convidados aproveitaram a plateia de jornalistas e estudantes para externarem suas críticas.   

 

Fizeram parte da mesa Ronaldo Tenório, assessor da Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, Luiza Coppieters, professora de filosofia e membro do Conselho de Políticas LGBT da cidade de São Paulo, Marcelo Rocha, participante da ocupação dos secundaristas em 2015 e hoje jornalista da Mídia Ninja, e Ana Elisa Siqueira, diretora da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Desembargador Amorim Lima, de São Paulo. A mediação foi da diretora da Jeduca Elisângela Fernandes.

 

Segundo Marcelo Rocha, a imprensa não dá representatividade aos estudantes ao tratar de temas diretamente ligados à comunidade estudantil. “Normalmente não se fala com o estudante, se fala com o 'especialista do estudante'”, afirmou.

 

O ativista se queixou ainda do que chamou de distorção de fatos pela imprensa. A insatisfação com as informações divulgadas pela mídia levou estudantes do ensino médio a criarem seu próprio veículo de comunicação, o Canal dos Secundaristas.

 

Para a professora Luiza Coppieters, que milita contra a transfobia, o mesmo se aplica na abordagem de temas relacionados a gênero e orientação sexual. Segundo ela, pessoas LGBT vítimas de preconceito e violência normalmente são chamadas para falar sobre o que sentem, e não o que pensam. Ela foi demitida de uma escola particular em 2015, logo depois de tornar pública a sua transição de gênero.

 

Lei da Mordaça

 

Outro assunto abordado foi a censura a entrevistas de profissionais da rede estadual de ensino. Até 2009, vigorou uma lei que ditava a conduta de servidores públicos e possibilitava a punição por dar entrevistas, a chamada “Lei da Mordaça”. Ronaldo Tenório, coordenador de Comunicação da Secretaria da Educação, participou da campanha “Fala, Educadora! Fala, Educador!”, parceria do Estado com a Jeduca, lançada para aproximar servidores da rede de ensino da imprensa.

 

A iniciativa contou com uma cartilha para orientar profissionais da educação na tratativa com jornalistas e para incentivá-los a darem entrevistas. Na cartilha, a aproximação entre educadores e mídia é celebrada: “A relação com órgãos e veículos de imprensa (...) é fundamental para a comunicação e o engajamento da sociedade e da própria comunidade escolar.”

 

No entanto, para Marcelo Rocha, ainda existem meios de coerção a estudantes e professores, para evitar entrevistas. Ele citou episódios de violência que ocorreram com secundaristas que ocupavam escolas e perseguição a colegas e professores que se pronunciavam na época das ocupações.

 

Ana Elisa Siqueira aplicou um projeto que fez da Emef Amorim Lima uma referência por envolver a comunidade nas decisões internas. A diretora da escola, localizada no Butantã, zona oeste de São Paulo, afirmou que, na maioria das vezes, a mídia foi parceira ao divulgar o trabalho realizado na escola.

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