A Jeduca realiza na quarta-feira (10/6), às 17h, o webinario “Retomada das aulas presenciais: perspectivas no Brasil e experiências internacionais”.A transmissão pode ser acompanhada no canal da Jeduca no YouTube e na página da associação no Facebook.
Participam do evento Laura Souza, secretária de Estado da Educação de Alagoas e integrante Consed (Conselho Nacional do Secretários Estaduais de Educação), Luiz Miguel Martins Garcia, secretário municipal de Sud Mennucci (SP) e presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), Mauricio Ernica, professor da Faculdade de Educação da Unicamp e Rebeca Otero, coordenadora de Educação da Unesco no Brasil.
No evento, os representantes da Undime e do Consed vão apresentar as propostas em discussão para a retomada das aulas presenciais nas redes estaduais e municipais, ainda sem data, na maior parte do país. Ernica vai abordar os desafios da retomada das aulas, a partir da perspectiva das desigualdades e Rebeca falará sobre algumas experiências internacionais e as orientações da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para a reabertura das escolas.
Cenário no Brasil
Recentemente, três capitais anunciaram a retomada das aulas presenciais em julho. São elas: Fortaleza (CE), Manaus (AM) e Rio de Janeiro (RJ). A prefeitura de São Luís (MA) havia anunciado a reabertura das escolas em junho, mas voltou atrás.
O estado de São Paulo anunciou um plano para a retomada em cinco fases, ainda sem previsão de data.
O Consed está elaborando um plano para funcionar como referência para gestores elaborarem seus próprios protocolos. Além de uma retomada em etapas (priorizando os mais velhos), o documento prevê a possibilidade de ensino híbrido (presencial e a distância) e orientações sobre os cuidados sanitários.
Há também um projeto de lei na Câmara dos Deputados sobre o planejamento do retorno às aulas, que prevê uma atuação colaborativa entre União, estados e municípios.
Prioridades
A priorização dos mais velhos se justificaria porque os alunos do 3.º ano do ensino médio, em fase de preparação para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), ou os do 9.º ano do ensino fundamental, que estão encerrando um ciclo.
Porém, não há um consenso sobre isso e há quem defenda a retomada da educação infantil primeiro. Os motivos não são necessariamente pedagógicos: a retomada das atividades nas creches e pré-escolas permitiria que muitas mães voltassem ao trabalho, além de, em tese, as crianças menores serem menos vulneráveis ao vírus.
Nesse contexto, um grupo de pesquisadores e profissionais da educação infantil alerta, em documento, para os riscos do retorno precipitado às atividades desta etapa, sem o devido planejamento e uma articulação intersetorial.
Cenário internacional
Em várias partes do mundo, as escolas estão sendo reabertas, mas não é possível identificar um modelo único. Existe uma diversidade de estratégias e de desafios que são solucionados à medida que surgem.
Países que reabriram as escolas em maio – como Portugal, França e Holanda, entre outros – têm situações bem diferentes. Na França, 70 escolas tiveram que voltar a fechar, após funcionários serem infectados com o novo coronavírus. Na Alemanha, os protocolos para reabertura das escolas em junho foram detalhados para os professores com antecedência – como limpeza, número de alunos por sala e fluxo de estudantes, entre outros pontos.
Diversas organizações internacionais divulgaram documentos para orientar a reabertura das escolas. A Coalizão Global de Educação, composta pela Unesco, Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e WPF (Programa Mundial de Alimentos) e Banco Mundial, lançou diretrizes, pautadas pelo direito à educação e pela prioridade aos mais marginalizados.
Nos Estados Unidos, a Associação Americana de Pediatria divulgou orientações para a reabertura das escolas, que enfatizam a atuação conjunta entre as áreas da educação e da saúde e chama a atenção para as especificidades dos estudantes com deficiência.