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Desigualdade deve ser ponto de atenção na cobertura sobre evasão

No contexto da pandemia,pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência tendem a ser mais vulneráveis à exclusão escolar

06/04/2021
Redação Jeduca

O ano de 2021 começou com a perspectiva de um retorno progressivo das aulas presenciais, o que o não se confirmou por causa do aumento do número de casos de infecção pelo novo coronavírus em todo o Brasil, associado à lentidão da vacinação. Neste início de abril, as aulas presenciais estão suspensas na maior parte dos estados, o que poderá ter impacto sobre a exclusão escolar, já constatada em 2020.

 

Este foi um dos temas debatidos no webinário “Abandono e exclusão escolar na pandemia”, realizado pela Jeduca, com participação de Dalila Saldanha de Freitas, secretária municipal de Educação de Fortaleza, Ítalo Dutra, oficial de Educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Ricardo Vitelli, professor e pesquisador da Unisinos (Universidade do Vale do Rio Sinos) e membro da Associação Brasileira de Prevenção da Evasão Escolar..

 

Com base no webinário, alguns pontos se destacam e merecem a atenção da cobertura de educação, sinalizados a seguir.

 

Perfil e causas da exclusão escolar em 2021

Já existem evidências de que a exclusão escolar aumentou em 2020 em relação a 2019, segundo estudos publicados pelo Unicef e DataFolha, invertendo a curva descendente que estava se consolidando no período pré-pandemia.

 

Em outubro de 2020, eram 5,5 milhões de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos em situação de exclusão escolar (abandono ou sem acesso ao ensino remoto), segundo o Unicef com base na Pnad Covid-19. De acordo com Ítalo Dutra, esse dado é comparável ao de 20 anos atrás.

 

Do ponto de vista da cobertura, é relevante ir além da constatação de que o abandono escolar está aumentando e registrar o número. Vale aprofundar o perfil dos estudantes mais afetados e as causas. De maneira geral, os pretos, pardos, indígenas, pessoas com deficiência são os mais afetados.  O perfil socioeconômico e os recortes regionais também influem – os mais pobres e os moradores do Norte e Nordeste tendem a ser mais afetados.

 

Diante disso, numa apuração sobre abandono, é importante ter em vista esse perfil, além de identificar outros grupos afetados em função de características locais. Ao mesmo tempo, cabe levantar estratégias colocadas em prática pelas redes públicas de ensino (onde os estudantes mais vulneráveis tendem a se concentrar) e levantar as estratégias adotadas para manter vínculo dos alunos com a escola.

 

Dois públicos merecem atenção no conjunto do alunado: as crianças da educação infantil, a partir dos 4 anos, quando a matrícula na escola é obrigatória, e os estudantes da EJA (Educação de Jovens e Adultos). No estado de São Paulo, estima-se que mais de 60 mil deixaram de frequentar a EJA durante a pandemia. Em Fortaleza (CE), quase 2 mil alunos da modalidade não se rematricularam em 2021.

 

Manutenção do vínculo

Sustentar o vínculo dos estudantes com as escolas é um dos principais desafios impostos pelo ensino remoto, em função das desigualdades de acesso à internet e a equipamentos como computador e celular. A necessidade de estudar sozinho (no caso dos mais velhos) e de acompanhamento das famílias (no caso dos mais novos) também pode dificultar a manutenção do vínculo com a aprendizagem. Os dois fatores podem impulsionar o abandono dos estudos.

 

Por isso, é importante que os jornalistas de educação identifiquem as ações existentes para sustentar o vínculo. Uma das mais comuns no contexto da pandemia tem sido a busca ativa, nos moldes implementados pela parceria entre Undime e Unicef, para identificar e tentar restaurar o vínculo com a escola.

 

Fortaleza é um município que adota um monitoramento da frequência escolar, para evitar o abandono, como relatou a secretária Dalila Saldanha de Freitas. Entretanto, essa estratégia existe há cerca de quatro anos, o que sinliza para a importância da manutenção das açoes e políticas ao longo do tempo. Outro ponto imoprtante é intersetorialidade, ou seja, envolver as áreas da educação, saúde e assistência, além do Ministério Público e conselhos tutelares.

 

Outro aspecto relevante é a manutenção da comunicação com as famílias e os estudantes, papel que tem sido desempenhado em boa parte pelos professores no contexto da pandemia.  

 

Ações coordenadas

O abandono escolar é consequência de um conjunto de situações, por isso seu enfrentamento pode ser mais eficaz com ações planejadas e, de preferência, coordenadas entre os diferentes níveis de governo.

 

Segundo Ricardo Vitelli, prevenir e conter a exclusão escolar no contexto da pandemia está associada à destinação de recursos para viabilizar o acesso de estudantes ao ensino remoto, apoio aos professores em suas atividades didáticas e garantia de boas condições de trabalho, oferta de alimentação aos estudantes e famílias vulneráveis. Além disso, é preciso planejar e pensar o cenário pós-pandemia, tendo em vista a diminuição das desigualdades.

 

No entanto, ainda não é possível antever os efeitos do momento atual sobre a escolarização de crianças e adolescnetes, o que reforça a importância de os jornalistas de educação incorporarem a exclusão escola em suas pautas.

 

Assista ao webinário na íntegra:

 

 

 

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