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Entenda como funcionam as conferências municipais e estaduais de educação

A partir da segunda-feira, 23/10, acontecem em todo o país os encontros preparatórios para a Conae 2024, que são marcos na elaboração do PNE 2024-2034

20/10/2023
Marta Avancini

A construção do Plano Nacional de Educação 2024-2034 tem um marco importante na próxima semana, com a realização das conferências municipais de educação em todo o país, de 23 a 29 de outubro.

As conferências municipais, juntamente com as conferências estaduais de educação, são etapas que antecedem a Conferência Nacional de Educação (Conae), que acontecerá de 28 a 30 de janeiro de 2024, conforme cronograma publicado pelo FNE (Fórum Nacional de Educação), instância responsável pela Conae.


A Conae 2024 tem como tema “Plano Nacional de Educação (2024-2034): política de Estado para a garantia da educação como direito humano, com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”.


Para contribuir para a cobertura sobre o PNE, um dos pilares da legislação educacional brasileira, a Jeduca preparou este material de orientação, com informações de contexto e explicações sobre alguns dos principais aspectos envolvidos no processo.

O PNE

A existência de um plano nacional para a área da educação está prevista no artigo 214 da Constituição Federal de 1988. É um instrumento com força de lei que determina diretrizes, metas e estratégias para as políticas educacionais por um período de dez anos. 


A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) estabelece que o plano deve ser elaborado pela União em colaboração com estados e municípios (
artigo 9).


Por ser mais longo que os mandatos dos prefeitos, governadores e presidente, o PNE tem o objetivo de funcionar como uma política de Estado, incidindo sobre os desafios estruturais da educação brasileira.


Outro objetivo do PNE, diz a Constituição, é articular o Sistema Nacional de Educação (SNE) em regime de colaboração entre União, estados e municípios - ou seja, criar parâmetros para que os três níveis de governo atuem em sinergia.


Por isso, além do PNE, documento de nível nacional, existem os planos estaduais  e os planos municipais de Educação.


Um detalhe: o Brasil ainda não instituiu o SNE, embora ele esteja previsto na legislação. Em março de 2022, o
Senado aprovou um projeto que cria o sistema, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados (leia mais aqui).


Histórico

O primeiro PNE pós-Constituição foi aprovado em 2001 e vigorou até 2009 (Lei 10.172/2001). Embora tenha sido um passo importante, este plano foi criticado por não ter objetivos e metas claras. Além disso, o presidente aprovou a lei com vetos, entre eles, o aumento do investimento em educação de 5% para 7% do PIB (Produto Interno Bruto). Ao final do período, apenas um terço das metas foi atingido.

O segundo PNE entrou em vigor em 2014 e termina em 2024 (Lei  13.005/2014). Ele começou a ser elaborado em 2009, quando aconteceram as conferências municipais e estaduais. 


Em março de 2010, aconteceu, pela primeira vez desde a redemocratização, a Conae, que resultou num
documento com diretrizes, metas e estratégias, usado como base para elaborar o PNE. O Plano foi concluído pelo governo no final de 2010 e enviado ao Congresso, onde a tramitação só terminou em 2014.


Ao todo, são 20 metas que abrangem todos níveis, etapas e modalidades da educação, além do financiamento e da formação e qualificação docente, entre outras questões, numa perspectiva de redução de desigualdades e enfrentamento de problemas históricos do setor (acesso, qualidade de ensino, formação docente etc.).


A maioria das metas não foi atingida - dos 56 objetivos previstos em 20 metas,
somente 6 já chegaram ao patamar programado para 2024


O último monitoramento do cumprimento das metas realizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) indica que o
nível de execução das metas do PNE 2014-2024 está em 39%, o que indica que houve poucos ganhos. O dado é do quarto relatório de monitoramento, divulgado em 2022 (assista ao vídeo de lançamento).


Outros relatórios indicam
retrocessos em metas do PNE, como o produzido pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação.


Vale lembrar que o período de vigência do PNE 2014-2024 foi marcado por instabilidade econômica, pela pandemia de covid-19, além das mudanças de direcionamento das políticas educacionais durante o governo Bolsonaro. 


Especialistas também apontam a
falta da priorização do PNE como referência para direcionar as políticas educacionais como fator que prejudicou o cumprimento das metas.

 

As conferências de educação

As conferências são as instâncias de debate, análise e deliberação de propostas e objetivos para os planos dos respectivos níveis de governo. Então, a conferência municipal enfoca o plano de determinado município. O mesmo raciocínio vale para os estados e para o país. Elas reúnem representantes da sociedade civil e governo. 


A Conae 2024 está sendo organizada pelo Fórum Nacional de Educação, que é um espaço de interlocução entre a sociedade civil e o Estado brasileiro. O FNE foi criado em 2010 como instância permanente (
Portaria MEC 1.407/2010). Sua criação foi deliberada pela Conae 2010.


Ele é composto por
63 entidades e representações de governo (titulares e suplentes), de diversos segmentos do campo da educação. 


As conferências estaduais e municipais são organizadas pelos fóruns de educação de cada esfera. No site do FNE é possível consultar a
lista dos fóruns estaduais, que podem ser boas fontes para os jornalistas acompanharem as conferências em nível local.


O prazo para a realização das conferências estaduais termina em 13 de novembro.


Além de deliberar sobre propostas, nas conferências municipais são eleitos delegados para a etapa seguinte (estadual). Da mesma forma, nas conferências estaduais são eleitos os delegados para a conferência nacional. Neste
documento de orientação é possível compreender mais profundamente o funcionamento das conferências.


A realização das conferências municipais e estaduais é uma oportunidade para trazer o tema para a pauta. Como está o cumprimento das metas? Em que medida o PNE é usado como referência para as políticas educacionais? Quais são os principais desafios em nível local? Eles são semelhantes aos do país e do estado?

 

A Conae 2024

As discussões e deliberações da Conae 2024 serão orientadas pelo documento de referência, no qual o tema central é desdobrado em sete eixos temáticos. São eles:

 

Eixo I - O PNE como articulador do SNE, sua vinculação aos planos decenais  estaduais, distrital e municipais de educação, em prol das ações integradas e  intersetoriais, em regime de colaboração interfederativa;


Eixo II - A garantia do direito de todas as pessoas à educação de qualidade  social, com acesso, permanência e conclusão, em todos os níveis, etapas e  modalidades, nos diferentes contextos e territórios; 


Eixo III - Educação, Direitos Humanos, Inclusão e Diversidade: equidade e  justiça social na garantia do Direito à Educação para todos e combate às  diferentes e novas formas de desigualdade, discriminação e violência;


Eixo IV - Gestão Democrática e educação de qualidade: regulamentação,  monitoramento, avaliação, órgãos e mecanismos de controle e participação  social nos processos e espaços de decisão;


Eixo V - Valorização de profissionais da educação: garantia do direito à  formação inicial e continuada de qualidade, ao piso salarial e carreira, e às  condições para o exercício da profissão e saúde; 


Eixo VI - Financiamento público da educação pública, com controle social e garantia das condições adequadas para a qualidade social da educação, visando à democratização do acesso e da permanência;


Eixo VII - Educação comprometida com a justiça social, a proteção da  biodiversidade, o desenvolvimento socioambiental sustentável para a garantia da vida com qualidade no planeta e o enfrentamento das desigualdades e da  pobreza.


Os eixos também estão descritos em
vídeos publicados no canal do FNE no YouTube. Outra fonte para compreender a Conae 2024 é o primeiro webinário sobre a conferência, realizado pelo MEC (Ministério da Educação) no início de outubro.

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