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Alice Vergueiro/Jeduca
Congressos

Estudantes compartilham experiências e opiniões sobre o Novo Ensino Médio

Três adolescentes de diferentes regiões do país relatam falta de opções nos itinerários formativos e dificuldade de conciliar trabalho e estudo

24/09/2023
Miréia Figueiredo/Oboré Projetos Especiais*

(Com ediçao de Ronald Sclavi/Oboré Projetos Especiais*)

 

Uma das principais mudanças do Novo Ensino Médio são os itinerários formativos,  introduzidos no currículo com o objetivo de ampliar o protagonismo do jovem. A ideia é que o estudante escolha entre vários itinerários para montar sua grade de acordo com as matérias que mais lhe interessam. No entanto, as jovens convidadas para falar sobre suas impressões sobre o ensino médio, na décima mesa do 7º congresso da Jeduca, concordam que, na prática, isso não ocorre. A mesa foi mediada pelo jornalista Vagner de Alencar, da Agência Mural.


Maria Luza da Silva Vasconcelos, estudante da 2ª série do ensino médio na Escola de Referência em Ensino Médio Antônio Inácio, em Feira Nova (PE), trouxe a perspectiva da aplicação da reforma em um município pequeno: “Feira Nova tem 22 mil habitantes e só duas escolas com ensino médio. Então, a ideia das trilhas, que parece algo inovador, na verdade, é bem restrita, porque faltam opções”. 


Além de pouca oferta de opções, as estudantes conseguem enumerar uma série de outros problemas.


A estudante Vitória Ribeiro, de São Paulo (SP), que concilia estudos e trabalho, chamou atenção para os efeitos da pandemia. Para ela, o retorno às aulas presenciais trouxe muitas dificuldades porque havia a necessidade de superar uma defasagem do conteúdo estudado durante o período de isolamento social. Somado a isso, a escolha dos itinerários e o acúmulo de novas disciplinas, diferentes dos que estava acostumada, foi algo que a deixou ainda mais confusa. 


Na manhã do segundo dia do congresso, na presença do ministro da Educação Camilo Santana, que participou de uma entrevista coletiva, Vitória teve a oportunidade de perguntar de que forma os estudantes que trabalham poderiam se adaptar ao novo ensino médio. Em resposta, o ministro comentou sobre a intenção de distribuir bolsas a esses jovens trabalhadores para que, desse modo, possam se dedicar totalmente aos estudos. 


Em sua participação, Vitória disse discordar da posição do ministro porque acredita que a bolsa não teria o mesmo valor do salário que uma jovem trabalhadora como ela recebe. Também afirmou que não gostaria de abrir mão da experiência que tem como jovem aprendiz: “Eu não gostaria de parar de trabalhar, acho que é importante me preparar para o mercado de trabalho. Aprendi muito desde que comecei, entrei em contato com pessoas diferentes”.


A terceira estudante que participou da mesa, Maria Eduarda Escobar, de Porto Alegre (RS), destacou o conflito na escolha dos itinerários. Ela, que está na 2ª série do ensino médio e pretende cursar Direito na faculdade, explicou que escolheu o itinerário de Linguagens e suas Tecnologias porque acreditava que, dentre as opções disponíveis, era a que mais a ajudaria a se preparar para o vestibular. 


No entanto, contou que em uma das disciplinas (Linguagem Corporal), os alunos passavam o tempo de aula brincando de pega-pega. “Antes de você dar um ensino novo, você precisa melhorar o lugar onde o ensino é aplicado”, opina. Nisso, inclui professores bem preparados para lecionar as disciplinas novas, infraestrutura das escolas e disciplinas que, de fato, sejam de interesse dos estudantes.


A respeito do desempenho dos professores, Maria Luiza, que também preside o grêmio estudantil na sua escola, justifica que a velocidade da mudança curricular prejudicou que os professores se preparassem para as novas disciplinas. “Foi muito rápido, eles precisam direcionar os alunos sendo que nem eles tiveram esse tempo de direcionamento”, aponta.


Por fim, as estudantes concordam que a reforma pode intensificar as desigualdades sociais, resultando, em um retrocesso para a educação. Segundo elas, colégios particulares continuaram a oferecer grande quantidade das matérias-base (matemática e língua portuguesa, por exemplo) - o que não ocorre nas escolas públicas, na percepção delas. Nesse sentido, estudantes das classes mais altas estariam mais preparados para ingressar nas universidades públicas.

Confira abaixo a íntegra desse papo

 


O 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca conta com o patrocínio master de Fundação Itaú, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e YouTube, patrocínio ouro de Fundação Lemann, Fundação Telefônica Vivo, Instituto Sonho Grande e Instituto Unibanco, patrocínio prata de Instituto Península e Santillana Educação, apoio do Instituto Ibirapitanga, Fecap, Canal Futura, Colégio Rio BrancoConsulados dos EUA no Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e Loures Consultoria e apoio institucional da Abraji, Ajor, Unesco MIL Alliance, Énois, Jornalistas&Cia, Instituto Palavra Aberta e Núcleo Jornalismo.


* A cobertura oficial do 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação foi realizada por estudantes, recém-formados e jornalistas integrantes da Redação Laboratorial do Repórter do Futuro, da OBORÉ. A equipe opera sob coordenação do Conselho de Orientação Profissional e do núcleo coordenador do Projeto, com o apoio da editoria pública e da equipe de comunicação da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação).

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