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Tiago Queiroz/Jeduca
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Mesa debate ensino de matemática menos abstrato e mais vinculado à prática

Palestrantes do #Jeduca2025 discutiram benefícios de desenvolver o pensamento matemático para além da educação, experiências em escolas e mudanças no currículo

09/09/2025
Redação Jeduca

Oferecer um ensino de matemática que contemple o seu uso prático e significativo é um dos caminhos para melhorar o aprendizado e aumentar o interesse dos estudantes pela disciplina. Este foi um dos temas de debate da segunda mesa do  9º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca, realizada no dia 25/8.

 

Na sessão, que foi mediada por Renata Cafardo, presidente da Jeduca e repórter do jornal O Estado de S.Paulo, os palestrantes também discutiram os benefícios do conhecimento matemático e do desenvolvimento do pensamento lógico para além do desempenho acadêmico na disciplina.

 

 

Da esquerda para a direita estão Antônio de Souza Silva, Ingrid Silva, Renata Cafardo, e Kátia Smole

 

 

O professor Antônio de Souza Silva compartilhou a experiência de ensino na UEF Raimundo Nonato de Sousa, escola da rede municipal de Bacabal, no Maranhão, onde desenvolveu um projeto de robótica com materiais recicláveis para motivar e resgatar os alunos jovens que haviam perdido o interesse pela matemática.

 

“Quando você liga o pensamento matemático ao conteúdo, o estudante aprende com mais facilidade”, destacou Silva. Após a implementação do componente de robótica, além de melhores resultados em avaliações escritas, o professor e seus colegas docentes de outras áreas notaram avanços na capacidade de realizar atividades em grupo, na participação e na oralidade dos estudantes.

 

O pensamento matemático também pode ampliar a participação no mercado de trabalho e na sociedade, argumentou Kátia Smole, diretora executiva do Instituto Reúna e conselheira do CEE-SP (Conselho Estadual de Educação de São Paulo). Para ela: “Esse mundo amplo da matemática não pode ser direito de alguns”, chamando a atenção para a necessidade de ações para superar as desigualdades de aprendizagem da disciplina.

 

Ela destacou ainda a importância da matemática no mundo atual, citando como exemplo que habilidades básicas de análise de  dados podem ajudar as pessoas a não caírem em notícias falsas. Na mesma direção, o mínimo de conhecimento em probabilidade pode oferecer às pessoas uma melhor compreensão sobre jogos eletrônicos, por exemplo.

 

“Mesmo sem um nível universitário, pessoas que sabem matemática chegam a ter 30% a 40% de ganho salarial a mais. Nós estamos tornando a matemática um fator de exclusão. O problema é que só 5% dos estudantes terminam o ensino médio sabendo matemática”, aponta Kátia.

 

 
 
 

Sobre as novas abordagens do ensino de matemática apresentados por Jo Boaler na sessão de abertura do congresso, Kátia argumentou que oferecer um espaço que estimule a aprendizagem de matemática depende de três fatores: uma política pública estruturada em âmbito nacional, a formação dos professores voltada para o ensino de matemática e o domínio pedagógico do conteúdo pelos docentes.

 

 

  
 
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Mudanças no currículo da educação básica

 

Outro tema abordado na sessão foi a discussão sobre o enxugamento do currículo de matemática na educação básica e a diminuição do ensino de conteúdos considerados pouco aplicáveis no dia a dia. 

 

A estudante Ingrid Silva, multimedalhista na OBEMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), aponta que, no contexto do imediatismo das redes sociais, é importante que a escola ensine os conceitos matemáticos que orientem para as tecnologias atuais.

 

“É importante aprender esse tipo de coisas, como a fórmula de Bhaskara, pelo raciocínio lógico. Hoje em dia, você tem um conhecimento e já quer aplicá-lo, mas algumas coisas estão por trás. Para criar as tecnologias que temos hoje, precisamos da fórmula de Bhaskara”, finaliza.

 

 
 

No entanto, a atualmente estudante de Matemática da Tecnologia e Inovação no IMPA Tech (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), no Rio de Janeiro, ressaltou que esses conteúdos de matemática devem ser ensinados de forma abstrata, porém vinculados a aplicações práticas. 


Na mesma linha, Kátia defende que o conteúdo ensinado nas escolas não se limite a aspectos úteis no cotidiano. Segundo ela, estudos têm mostrado que alguns temas estudados somente nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio contribuem para a formação de fortes conexões cerebrais e estimulam formas de pensamento poderosas. 

 

Durante as aulas, Antônio relata receber questionamentos dos estudantes sobre a utilidade dos conteúdos matemáticos. “Por que não trazer a matemática para dentro da sala de aula e ali implementar alguns conteúdos mais complexos? Isso os ajuda a terem uma visão melhor da matemática”, comenta o professor, que destacou ainda que a forma como os docentes abordam o conteúdo matemático também influencia no processo de ensino aprendizagem.

 

 
 

O 9º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca conta com o patrocínio de Imaginable Futures, Instituto Unibanco, Fundação Bradesco, Fundação Lemann, Fundação Itaú, Arco Educação, Fundação Telefônica Vivo, Grupo Eureka, Instituto Ayrton Senna, Instituto Natura e Santillana Educação e apoio da Fecap, Instituto Sidarta, do Colégio Rio Branco e da Loures. Conta também com apoio institucional da Abej, Abraji, Ajor, Canal Futura, Coalizão em Defesa do Jornalismo e Instituto Palavra Aberta.

 

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