Com o avanço da tecnologia, a desinformação se tornou parte do ecossistema da informação, o que traz uma série de desafios ao jornalismo. Diante desse cenário, como os jornalistas podem lidar com esse fenômeno no seu dia a dia?
Este foi um dos motes da segunda e da terceira aulas do minicurso “Educação nos planos de governo e monitoramento e verificação de desinformação”, ministradas pelo jornalista Sérgio Lüdtke, nos dias 27 e 28 de julho.
Além das aulas sobre desinformação, Rodrigo Ratier deu uma aula sobre planos de governo, que pode ser conferida aqui.
O minicurso integra a série “Jornalismo de educação e as eleições de 2022”, oferecido pela Jeduca para subsidiar jornalistas envolvidos na cobertura da campanha eleitoral deste ano. Todo o material pode ser acessado aqui.
Nas aulas, Lüdtke abordou o conceito de desinformação, os tipos e características da desinformação, além de propor estratégias e mostrar ferramentas que podem ser utilizadas por jornalistas.
O jornalista chamou a atenção para a diferença entre este termo e a expressão fake news, que está em desuso no campo do jornalismo porque contradiz o conceito de notícia, pois, segundo os parâmetros e técnicas jornalísticas, uma notícia nunca pode ser falsa ou mentirosa.
A desinformação, porém, é um campo que abrange diversos tipos de conteúdos, como informações incorretas ou fora de contexto, conteúdos de assédio, além de discursos de ódio.
Além da diversidade de tipos, são vários os formatos de conteúdo no campo da desinformação: título e conteúdo que não são coerentes entre si, títulos que induzem a interpretação equivocadas até conteúdos fabricados deliberadamente para imitar determinadas fontes ou para manipular o conteúdo.
Nesse processo, a tecnologia desempenha um papel essencial, na medida em que ela viabiliza a produção de conteúdos de desinformação, tanto na atualidade como no passado.
A diferença, segundo Lüdtke, é que com o surgimento das redes sociais e dos aplicativos de mensagem, a desinformação passou a se disseminar mais intensamente, sendo vista como um problema, com o qual precisamos conviver e aprender a lidar.
Nesse cenário, o papel do jornalismo vai além da checagem e da sinalização de conteúdos falsos ou descontextualizados, como fazem as agências de checagem. Para Lüdtke, cabe aos jornalistas, além de incorporar a checagem como parte de seu trabalho, esclarecer e contextualizar as informações e temas de suas reportagens. Isso também é válido para informações verdadeiras que, por vezes, são utilizadas para compor conteúdos de desinformação.
Assista, a seguir, as duas aulas sobre desinformação: