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Alice Vergueiro/Jeduca
Congressos

Professores questionam "heroísmo" no enfrentamento da violência no ambiente escolar

Educadores defendem, em mesa do #Jeduca2023, ações e políticas que promovam a prevenção e o acolhimento na escola

19/09/2023
Camilo Mota/Oboré Projetos Especiais*

(Com edição de Ronald Sclavi/Oboré Projetos Especiais*)

Na manhã do dia 27 de março, as redes sociais espalharam um vídeo que mostrava o momento em que o um estudante armado atacava uma professora dentro da sala de aula de uma escola na zona oeste de São Paulo. Este ataque, que resultou na morte da docente, se soma a outros 23 registrados no país ao longo de 20 anos, segundo pesquisa apresentada no 7ª Congresso Internacional de Jornalismo de Educação. No período, foram 137 vítimas, entre pessoas feridas e mortas.


Além de ataques armados contra escolas, mais frequentes nos últimos anos, outras formas de incivilidades e violência - como bullying, discurso de ódio e questões psicológicas  - também desafiam o ambiente escolar, como relataram os três docentes que participaram da mesa "Para além dos ataques: como professores lidam com tensões frequentes e violênica na escola", no primeiro dia do 7º congresso da Jeduca. A mesa foi mediada pela diretora do Porvir e da Jeduca, Tatiana Klix.


Uma delas é a professora de educação física Cinthia Barbosa, responsável por desarmar e conter o autor do ataque na estadual em São Paulo no mês de março. Para a ela, a violência na escola é um desafio que diz respeito a toda a sociedade.


"Eu como professora procuro fazer a intermediação usando as ferramentas que eu tenho. Eu uso o esporte, que ajuda muito, mas não são todas as crianças e adolescentes que se identificam com o esporte", relatou. Por isso, ela defende que a família esteja presente no ambiente escolar e que haja psicólogos, segurança, entre outros apoios. "Se houver um suporte à educação, a gente vai conseguir minimizar esse cenário", complementou.

Além de Cinthia, também participaram da sessão os professores Erison Lima e Celiana Moroso.

O professor Lima, que leciona projeto de vida e cultura digital da rede estadual de Manaus, acredita que as escolas ainda não estão preparadas para lidar com a violência, “Infelizmente não recebemos formação. As instâncias governamentais esperam que ocorram tragédias para resolverem problemas”, relatou o educador.


Mesmo assim, existem instituições que procuram desenvolver ações nessa área. Na escola onde ele trabalha, há reuniões periódicas envolvendo  o corpo docente para discutir as demandas de cada sala. Um dos projetos é o Clube do Silêncio no qual alunos são ouvidos e se pratica “a pedagogia da presença” e a ética do cuidado das relações pessoais.


Lima defendeu a necessidade de um ambiente de acolhimento nas escolas. “Mais do que nunca, é uma necessidade, tanto para escolas públicas quanto particulares, serem acolhedoras, abertas a todos, com o aluno participante, atuante, mas também acolhido nas suas necessidades e demandas”. O educador acredita que esse é um exercício poderoso que pode inclusive suprimir as ausências, sejam elas familiares, sejam do próprio sistema educacional. 


Para a professora Celiana Moroso, que está há 22 anos na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, desempenhar o papel de “heroína”, colocado, muitas vezes, pela imprensa, distorce a função dos educadores. “Eu não quero receber, no Dia Internacional da Mulher, aquela mensagem dizendo que eu dou conta de um monte de coisa. Quem disse? A gente não dá conta. Tenho que entender qual é o meu papel”, argumenta.


A professora contou ainda que estudou Direito por três semestres, na tentativa de encontrar um novo aminho profissional, mas redescobriu o amor à pedagogia quando assistiu seus filhos falando dos professores como “os olhos brilhando” na hora do jantar. “Também quero ser uma professora inesquecível”, definiu Celiana. 


Os profissionais também apontaram caminhos para a melhor cobertura jornalística na editoria de educação. Celiana apontou que “o jornalista, o educador, que querem dar o seu melhor, precisam estar junto com pessoas com o mesmo objetivo. O primeiro gesto é o de ação e entender o que a minha comunidade está precisando”. Esse gesto é possível através do ouvir as bases e os educadores.


Veja o vídeo sobre as três mesas do 7º congresso da Jeduca sobre ataques violentos contra escolas:



 

Confira a íntegra da mesa abaixo:



O 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca conta com o patrocínio master de Fundação Itaú, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e YouTube, patrocínio ouro de Fundação Lemann, Fundação Telefônica Vivo, Instituto Sonho Grande e Instituto Unibanco, patrocínio prata de Instituto Península e Santillana Educação, apoio do Instituto Ibirapitanga, Fecap, Canal Futura, Colégio Rio BrancoConsulados dos EUA no Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e Loures Consultoria e apoio institucional da Abraji, Ajor, Unesco MIL Alliance, Énois, Jornalistas&Cia, Instituto Palavra Aberta e Núcleo Jornalismo.


* A cobertura oficial do 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação foi realizada por estudantes, recém-formados e jornalistas integrantes da Redação Laboratorial do Repórter do Futuro, da OBORÉ. A equipe opera sob coordenação do Conselho de Orientação Profissional e do núcleo coordenador do Projeto, com o apoio da editoria pública e da equipe de comunicação da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação).

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