O parecer final do Projeto de Lei 2614/24, que cria o Plano Nacional de Educação para a próxima década, foi aprovado no último dia 10/12 pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados. O substitutivo foi elaborado pelo deputado Moses Rodrigues (União-CE), relator do PL.
Com a aprovação do parecer pela Comissão Especial, criada para analisar e votar a proposta, o PL do PNE, que tramita em caráter conclusivo, pode seguir diretamente para votação no Senado, caso não haja recurso para votação na plenária da Câmara, segundo informa a Agência Câmara.
De acordo com a matéria, as mudanças do texto envolvem a retirada e substituição dos termos “identidade de gênero” e “orientação sexual”, ajustes no CAQi (Custo Aluno-Qualidade Inicial) reforçando a definição de valores a serem regulamentados, além do reforço à gestão. Nesse último ponto, o texto estabelece que o repasse de recursos ficará condicionado à seleção de diretores escolares com base em critérios técnicos e de mérito.
A aprovação do texto ocorreu após acordo para a retirada de alguns destaques (trechos apresentados por deputados para a votação posterior de um projeto). Um dos destaques instituía o homeschooling (ensino domiciliar) como modalidade de ensino no país, conforme explica matéria do Uol. O destaque foi pautado pelo deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP), presidente da Frente Parlamentar Evangélica.
O financiamento público da educação foi um dos pontos debatidos nas últimas semanas. O relatório final estabelece que, em até sete anos, os investimentos públicos em educação devem alcançar 7,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Ao término do decênio, esse percentual deve chegar a 10%.
A primeira versão do parecer previa o investimento total de 11% na educação, sendo 7,5% de recursos públicos e 3,5% de recursos privados, segundo explica matéria da Folha de S.Paulo.
Histórico - O PL do PNE tramita no Congresso Nacional desde julho de 2024, quando foi protocolado pelo MEC (Ministério da Educação). O primeiro parecer do relator foi apresentado em outubro na Comissão Especial. Confira os principais pontos do relatório nesta matéria da Jeduca.
Na útilma semana, em 10 de dezembro, o PNE foi tema do webinário “PNE em debate: perspectivas e pontos de atenção para a cobertura”, promovido pela Associação, que debateu questões estruturantes do novo PNE, como financiamento público e enfrentamento a desigualdades e pontos-chave para a implementação e também para a cobertura jornalística do tema.
O evento contou com a participação de Carol Canegal, coordenadora de pesquisa do Observatório da Branquitude, Manoela Miranda, gerente de políticas educacionais do Todos Pela Educação, Maria Conceição Silva Lima, vice-presidente da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação, e Renan Simão, coordenador de comunicação da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
A seguir, confira as principais sugestões e dicas para a cobertura jornalística do webinário segundo cada convidado:
Manoela Miranda, do Todos Pela Educação, destacou pontos de avanço no texto do novo PNE em relação ao atual PNE (2014-2025) que os jornalistas podem ficar atentos na cobertura:
Pontos de atenção para a cobertura
“Que PNE queremos para as próximas gerações, capaz de reconhecer e responder às diversidades e desigualdades dos estudantes, com foco na equidade e na qualidade?”, questionou Carol Canegal, do Observatório da Branquitude.
A partir dessa pergunta, ela ressaltou a importância de dados para orientar políticas públicas. Além disso, Carol apontou para o uso da palavra equidade no PNE e a necessidade de explicitar no texto quais grupos sociais são alvo desse compromisso.
Tendo em vista a realidade dos estados e municípios, Maria Conceição Silva Lima, da Uncme, comentou as diferenças entre o PNE (2014-2025) e as propostas para o novo plano e a importância e dificuldades dos entes em fazer o monitoramento das metas e estratégias.
Pontos de atenção para a cobertura
Para saber mais
Nota técnica “Equidade para quem?” - Observatório da Branquitude
Estudo "Não é uma crise, é um projeto: os efeitos das Reformas do Estado entre 2016 e 2021 na educação” - Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Estudo "Não é uma crise, é um projeto: os efeitos das Reformas do Estado entre 2016 e 2021 na educação - Subsídios para uma análise a partir de raça e gênero" - Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Análise sobre o Projeto de Lei que institui o Plano Nacional de Educação (PNE) - Todos Pela Educação
Assista ao webinário na íntegra: