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José Cruz/Agência Brasil
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MEC homologa diretrizes do CNE para ensino médio: entenda as mudanças

As novas diretrizes aprovadas para etapa de ensino tratam da transição da grade curricular, itinerários formativos e projeto de vida

14/11/2024
Redação Jeduca

Nesta terça-feira (12), o ministro da Educação, Camilo Santana, homologou resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), que estabelece diretrizes para implementação da nova Política Nacional do Ensino Médio (Lei nº 14.945/2024), sancionada pelo presidente Lula em julho. 

 

A homologação das diretrizes é mais um capítulo no processo de reforma do ensino médio, um dos principais temas da cobertura de educação nos últimos anos. 

 

O novo processo de reformulação da etapa de ensino teve início em março de 2023, quando uma consulta pública foi lançada pelo MEC (Ministério da Educação). Em 2024, a movimentação do PL incluiu duas passagens pela Câmara dos Deputados e uma pelo Senado, até a sanção presidencial em julho. 

 

A tramitação da proposta foi detalhada em matérias publicadas pela Jeduca ao longo do ano, leia aqui, aqui e aqui

 

Como será a transição da etapa de ensino?

 

Um dos principais pontos da resolução é o período de transição para adoção das mudanças no currículo da etapa.

 

A nova política amplia a carga horária da Formação Geral Básica (FGB), que seriam as disciplinas tradicionais, de 1.800 horas 2.400 horas no ensino médio. No ensino técnico, a carga horária da FGB passa a ser 2.100 horas.

 

A reforma diminui a carga horária dos itinerários formativos, que passa de 1.200 horas para 600 no ensino médio. No ensino técnico, a parte flexível do currículo terá 900 horas.

 

De acordo com a resolução, a organização curricular atualizada do ensino médio passa a ser obrigatória apenas para os estudantes que ingressarem na etapa no ano letivo de 2026. 

 

A resolução diz que as redes têm a opção de iniciar as mudanças curriculares já em 2025. Para os ingressantes do próximo ano letivo, o texto autoriza que os sistemas de ensino definam uma matriz curricular de transição específica. 

 

No caso dos estudantes que já cursam o ensino médio, estarão no segundo ou terceiro ano em 2025, por exemplo, o texto autoriza as redes de ensino a optar pela manutenção do currículo antigo, em regime de transição, ou fazer a migração para o novo. No entanto, caso a rede adote o novo currículo para os alunos que já estejam cursando a etapa, a resolução proíbe o prolongamento da etapa de ensino, que deve ter três anos.

 

De acordo com o MEC, a resolução atende às preocupações das redes estaduais e permite que as mudanças ocorram de acordo com cada realidade. Ainda sobre a implementação das mudanças, a pasta destaca que trabalha na formação de 200 técnicos de todas as secretarias de Educação, que devem desenhar planos de ação de cada território.

 

Na implementação da reforma, é importante pontuar que cada rede estadual é responsável por reescrever o currículo, que ainda precisa de aprovação do Conselho Estadual de Educação. A partir da aprovação do Conselho, o currículo passa a valer para todas as escolas públicas e privadas.

 

Sugestões para cobertura:

 

  • Os estudantes matriculados no ensino médio antes da publicação da resolução poderão ou não já ter acesso a grade curricular atualizada nas escolas. Nesse sentido, caso as redes decidam por manter o currículo antigo e tendo em vista que alguns estudantes podem cursar as disciplinas tradicionais com a carga horária reduzida, o impacto da diferença de acesso a mais ou menos horas das disciplinas pode ser um ponto de atenção na cobertura. 

 

  • A cobertura também pode analisar como as escolas vão lidar com a possível existência de turmas de ensino médio que seguem currículos diferentes, uma vez que elas são obrigadas a oferecer a grade atualizada apenas para os estudantes matriculados a partir de 2026. 

 

  • Vale conferir ainda se as redes de ensino e escolas privadas pretendem implementar as já mudanças em 2025 ou no ano letivo seguinte e, assim, novamente explorar os possíveis impactos relacionados ao acesso mais ou menos rápido às mudanças.



Itinerários formativos

 

Segundo a política que altera a etapa de ensino, cada escola precisa oferecer pelo menos dois itinerários formativos aos estudantes. O texto diz que a FGB e os itinerários não devem ser blocos distintos ou segregados.

 

O CNE define diretrizes gerais para oferta desses itinerários, que agora devem aprofundar as áreas do conhecimento (matemática, linguagens, ciências humanas e na natureza) ou de Formação Técnica e Profissional.

 

Como apontou matéria do Poder 360, o texto das diretrizes diz que as secretarias de Educação são responsáveis por planejar as disciplinas desses itinerários. Além disso, as disciplinas ainda precisam ser submetidas para avaliação federal.

 

O texto estende para março de 2025 o prazo de entrega do documento com parâmetros para orientar as redes de ensino sobre os conteúdos dos itinerários formativos.

 

Enem 

 

De acordo com a resolução, se estende para 2028 o prazo para adaptação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de acordo com a nova grade curricular do ensino médio. 

 

Ao sancionar a Lei nº 14.945/2024, o presidente Lula vetou dois trechos relacionados ao exame que estava no projeto aprovado na Câmara dos Deputados. Um dos artigos vetados previa que a prova também avaliasse os itinerários formativos, esse trecho também estabelecia que essa mudança acontecesse a partir de 2027. 

 

Sendo assim, o exame continua a avaliar apenas os disciplinas da FGB, cujos conteúdos são definidos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

 

Projeto de vida

 

O texto ainda descreve o Projeto de Vida como uma estratégia curricular que pode estar alinhada com outras áreas do conhecimento. 

 

Segundo a resolução, no início do ensino médio, para definir qual é o itinerário formativo mais adequado para o projeto de vida do estudante, eles devem receber orientação para identificar seus “interesses, inclinações e objetivos”.

 

Por sua vez, no final da etapa de ensino, o texto prevê que o apoio  seja para que os estudantes possam identificar possibilidades e oportunidades de entrada no ensino superior e no mundo do trabalho.

 

 

Relembre como ficou o ensino médio

 

 

 

Ensino Médio

Ensino Técnico

Carga horária da FGB

2.400 horas 

2.100 horas, 300 horas podem ser destinadas a aprofundamento de conteúdos da formação técnica 

Carga horária dos Itinerários formativos

600 horas

900 horas

Conteúdos: dos itinerários formativos

Linguagens, Matemática, Ciências da natureza e Ciências humanas

Disciplinas do ensino técnico

Disciplinas da formação geral básica

Português, matemática, educação física, artes, sociologia, filosofia, inglês, ciências da natureza e ciências humanas.

Educação a distância



O ensino médio deve ser ofertado no formato presencial. A educação a distância está autorizada em caráter excepcional, as condições devem ser estabelecidas pelos estados.

Espanhol

Língua estrangeira optativa

 

 

Tem mais sugestões e indicações para este material? Escreva para contato@jeduca.org.br.

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